11 de junho de 2010

Na sua estante: um encontro com Austen - Primeiro Movimento || Orgulho & Preconceito






Primeiro Movimento: Orgulho & Preconceito


No silêncio do casarão, o riscar do lápis nas folhas de papel assumia uma dimensão enervante. Apesar disso, nota por nota, ela continuava a copiar a partitura, tentando manter seus olhos fixos na página inacabada.

Estava sendo particularmente difícil se concentrar naquele dia.


Sofia largou o lápis, cerrando as pálpebras por alguns instantes, para então levantar a cabeça, focando sua atenção numa porta fechada, do outro lado do corredor que levava ao salão.

Do outro lado daquela porta estava um lugar que, um dia, fora seu refúgio, seu segundo lugar favorito em toda a casa – o primeiro, claro, era junto ao piano de meia cauda, herança da avó, justamente onde se encontrava naquele instante.

O tinido de chaves na fechadura fê-la desviar a atenção para a porta, onde encontrou a figura do pai, envergando o uniforme completo de oficial. O Capitão deu um meio sorriso, enquanto tirava o quepe.

- Boa tarde, Sofia.

- Oi, pai. – ela balançou a cabeça à guisa de cumprimento.

Ele sorriu, dando um passo adiante para revelar outra pessoa atrás de si.

- Olha quem eu encontrei no caminho.

Bia sorriu, acenando com a mão.

- Vim para tratarmos do nosso grande projeto. – a mais nova sorriu – Não temos tempo a perder.

A morena arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

- Bia, você tem noção de que temos três meses para fazer isso?

- Nunca deixe para amanhã aquilo que pode fazer hoje, é o que minha mãe sempre diz. – Beatriz retorquiu de imediato, já se aproximando da mesa, largando a mochila junto às coisas da amiga – André tinha ficado de me trazer, mas acabou decidindo me trocar por coisas mais interessantes; se não, eu teria chegado mais cedo.

Sofia observou o pai deixar a sala, sumindo por um dos muitos corredores, antes de se voltar novamente para a outra moça. Beatriz sorria de orelha a orelha, já puxando uma cadeira para si, largando-se de qualquer jeito sobre o estofado.

- Você um dia vai quebrar uma cadeira continuando a se sentar desse jeito. – Sofia observou.

- Está me chamando de gorda? – Bia riu, balançando a cabeça - Sabe, eu adoro sua casa.

- Beatriz, eu não conheço ninguém que consiga desviar de assunto de forma tão abrupta e rápida quanto você. – Sofia riu também, deixando que o bom humor da outra a contagiasse – E não sei o que há demais na minha casa.

- É porque você não mora em apartamento. Se você morasse num apartamento, logo iria compreender porque eu gosto tanto da sua casa. Para começar, você tem um jardim e não tem vizinhos em cima e embaixo de você. O que mais se pode querer da vida?

- Você é quem diz. – ela deu de ombros, voltando a atenção brevemente para seu caderno de música, antes de voltar-se para Beatriz – O que o André tinha de mais importante para fazer que não pode te deixar aqui?

Desta feita, Beatriz fez uma careta.

- Ele está apaixonado.

- Apaixonado? O André? – Sofia riu – Sério? E por que isso te deixa de mau humor?

- Bem, a começar, a garota tem namorado e, mesmo assim, fica dando bola para o meu irmão. Eu só a vi uma vez, mas... não sei, Sofia, ela não me cheira bem.

- Talvez o perfume tenha passado do prazo de validade. – Sofia respondeu, sorrindo de leve.

Refestelando-se contra o assento, Beatriz cruzou as mãos sobre a barriga, suspirando.

- Você bem que podia me ajudar com isso.

- É? E como você pretende que eu te ajude? – a morena cruzou os braços.

- Não sei... Você podia se apaixonar pelo meu irmão. E seduzi-lo para tirá-lo das garras da harpia por quem ele está babando. – inclinando-se para frente, a caçula apoiou os braços sobre a mesa, deitando o queixo contra as mãos – O que me diz?

- Que você andou bebendo, claro. – Sofia respondeu sem titubear – Primeiro, porque nunca nem pensei no André assim; segundo, porque eu sou praticamente uma peça da decoração quando ele eventualmente passa por mim, e terceiro... sério, Bia, eu tenho cara de vilão de romance de banca, girando os bigodes enquanto planeja roubar a virtude da mocinha? “Seduzir” o André?

- Ninguém pode dizer que eu não tentei. – Beatriz retrucou, resignada, endireitando-se – Bem, vamos ao que interessa. Como vamos fazer nossos trabalhos?

- Para começar, eu tenho de escolher um livro e, considerando o seu trabalho, se formos mesmo fazer isso juntas, terá de ser um romance histórico. Você, que faz voluntariado na biblioteca, não deveria saber de alguma coisa que possamos usar?

- Eu não consigo me lembrar de nada agora. – Beatriz desculpou-se – Fora que os livros com que eu trabalho na biblioteca são livros infantis. O que você acha de...

- De que época estamos falando, exatamente? – uma voz masculina as interrompeu.

As duas se viraram para encontrar o Capitão parado atrás da filha, encarando-as com um olhar curioso.

- O senhor estava ouvindo a conversa, pai? – Sofia arqueou uma sobrancelha.

- Não é como se vocês estivessem cochichando. Eu tenho plena certeza que poderia escutá-las do jardim, se quisesse. – ele sorriu – Agora... devo entender que vocês estão precisando de um romance histórico para fazer um trabalho para a faculdade?

Bia confirmou.

- Eu preciso fazer um projeto relacionado à transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea, contemplando o mundo à época da Revolução Francesa. E Sofia precisa criar uma trilha sonora para uma história. Pensamos que se ela escolhesse um livro que se passasse nessa mesma era, poderíamos estudar e escrever juntas.

Ele anuiu, encarando-as em silêncio por alguns instantes, como se tentasse decidir alguma coisa.

- Eu talvez possa ajudar vocês com isso.

- Pode? – Sofia perguntou – Se você sugerir algum livro sobre batalhas navais e corsários, estou fora. Não faço a menor idéia do que eu poderia compor que casasse com cenas de guerra.

- Eu estava pensando em outra coisa... – ele confessou, respirando fundo – Sua mãe estava trabalhando num projeto antes do... antes do acidente.

Sofia sentou-se muito ereta na cadeira, piscando os olhos repetidas vezes, sua respiração alterando-se levemente. Os olhos do pai estavam fixos sobre seu rosto e ela podia sentir a atenção de Beatriz sobre si também.

Talvez fosse ridículo que, mesmo após mais de sete anos desde que a mãe falecera, ela ainda reagisse com tamanha ansiedade e nervosismo à menção dela. Sofia não achava que conseguisse mudar isso.

Respirando fundo de modo a se controlar, ela conseguiu responder ao pai.

- No que ela estava trabalhando?

Ele ainda a encarou por alguns instantes antes de caminhar na direção da porta fechada que ela estivera tentando não olhar mais cedo: a porta da biblioteca.

- Sua mãe estava preparando uma tese sobre uma das autoras favoritas dela. Andava para cima e para baixo com os livros da mulher, fazendo anotações, rindo sozinha e fazendo caretas. – ele respondeu, enquanto sumia na biblioteca, não demorando a voltar com um pequeno volume – Eu não sei quantas edições e traduções tem desse volume por aqui; mas essa cópia era a que ela mais gostava, e está cheia de notas.

As duas garotas se inclinaram sobre a mesa quando ele depositou o livro entre elas. Era óbvio que ele fora lido muitas vezes – as páginas estavam amareladas e um pouco gastas nos cantos.

Sofia podia se lembrar de ver a mãe folheando-o – folheando aquele preciso volume – deixando-o sobre sua mesa de cabeceira quando ia cobri-la, à noite. Ela mal ouviu quando Beatriz começou a bater palmas e falar à velocidade de uma milha por minuto, sua atenção presa no título que se lia na capa.


Orgulho e Preconceito
Jane Austen


- Eu já assisti ao filme, mas nunca pude ler o livro. – Sofia finalmente escutou a amiga, que agora já começava a abrir o próprio caderno e começar a fazer anotações – É absolutamente perfeito; Austen viveu à época da Regência na Inglaterra, justamente o período máximo da Revolução, seguido pelas Guerras Napoleônicas. É isso, meu trabalho será sobre a Era Regencial! Preciso pesquisar sobre a economia, política, cultura e...

Sofia balançou ligeiramente a cabeça, voltando a ignorar as exclamações da amiga, puxando o livro para si. Com cuidado, começou a passar as páginas, encontrando de pronto a caligrafia fina e pequena da mãe.

Um pequeno sorriso lhe escapou ao mesmo tempo de uma lágrima. Rapidamente, contudo, ela enxugou o rosto, erguendo os olhos para encontrar o pai ainda encarando-a, como se esperasse alguma coisa.

Ela abriu um pouco mais o sorriso.

- Obrigada, Capitão.

Ele também sorriu, aquiescendo.

- Não há de quê. Bem, vou deixá-las trabalhar, senhoritas. – ele fez uma ligeira mesura – Qualquer coisa que precisarem, me avisem.

As duas assentiram e Sofia finalmente concentrou-se em Beatriz.

- Então... como vamos fazer isso? – ela perguntou.

- Façamos o seguinte... o tio disse que tem várias cópias do livro aqui; então, vou pegar uma emprestada. Como é um volume pequeno, acho que damos conta de terminar daqui para amanhã. Aí, nos encontramos de tarde para discutir o que achamos e assistir ao filme. O que acha?

- Você que decide. – Sofia assentiu, voltando a abrir o livro na primeira página – “É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.” Hum...

- Bem, vou indo, então, deixá-la com sua leitura. Posso pegar uma cópia do livro para mim ali na biblioteca?

Sofia apenas acenou com a cabeça, aos poucos mergulhando nas palavras de Elizabeth Bennet.


***


“- E esta é toda resposta que terei a honra de receber! Devo, talvez, esperar ser informado da razão pela qual, com tão pouca consideração dada à cortesia, sou assim rejeitado. Mas isso é de somenos importância.

- Devo do mesmo modo questionar – retrucou ela – por que, com tão evidente desejo de me ofender e insultar, o senhor resolveu me dizer que gostou de mim contra a sua vontade, contra o seu bom-senso e até contra o seu caráter? Não seria esta uma desculpa para a descortesia, caso eu fosse descortês? Mas tenho outras provocações. O senhor sabe que tenho. Não tivessem meus sentimentos se decidido contra o senhor... tivessem sido indiferentes, ou mesmo tivessem alguma vez sido favoráveis, o senhor acredita que alguma consideração me tentaria a aceitar o homem que foi a causa da ruína, talvez para sempre, da felicidade da mais amada das irmãs?”


Já escurecera há muito quando Sofia se deu conta de que estava quase na metade do livro. Passara as últimas três horas sentada, completamente absorta, sem se levantar sequer para ir ao banheiro ou beber água.

Um senso de nostalgia perpassou sua memória – quando pequena, a mãe sempre lia para ela; aos poucos, quando ela foi crescendo, as duas começaram a se revezar para ler em voz alta, comentando as passagens que mais gostavam.

Fazia sete anos, quase oito, que a mãe morrera. Sete, quase oito anos em que não lia algum livro que não fosse apenas por obrigação de escola ou faculdade – e mesmo assim, de extrema má vontade.

Sofia não pode deixar de pensar que, se a mãe ainda fosse viva, elas já teriam lido Orgulho e Preconceito. Ela contava 14 anos quando ocorreu o acidente – estavam, à época, começando nos clássicos. O último livro que tinham lido juntas tinha sido uma adaptação de Dom Quixote.

Levantando-se da cadeira, ela começou a arrumar seu material. Ia tomar um banho antes de jantar e depois, continuaria com Lizzy e Mr. Darcy.


***


“- A senhorita é demasiado generosa para brincar comigo. Se seus sentimentos ainda forem os mesmos que me revelou em abril, diga-me agora mesmo. Os meus afetos e desejos não mudaram, mas uma palavra sua me silenciará para sempre a este respeito.”
Os créditos finais já rolavam na tela quando Beatriz voltou-se para Sofia, sorrindo.

- O que achou?

- Tem algumas partes que são bem diferentes do livro. – a jovem retrucou, estendendo-se no sofá e quase virando a vasilha de pipoca apoiada sobre a barriga – Mas eu gostei.

Beatriz tinha praticamente amanhecido em sua porta, com uma sacola em cada ombro – uma cheia de guloseimas e outra com cadernos, livros e DVD’s. O pai de Sofia atendera a jovem, permitindo que ela entrasse e seguisse direto para acordar a filha.

Tendo dormido tarde na noite anterior por conta do livro, Sofia perdera a hora e, por conseqüência, foi praticamente arrastada da cama para a sala, onde recebeu pipoca e guaraná – que consistira, aliás, em seu café da manhã – enquanto Beatriz colocava o filme no aparelho.

- Descobri que tem uma série também. – Bia observou – Aparentemente, ela é mais fiel ao livro. Estou mexendo meus pauzinhos para consegui-la emprestada, e, então, podemos assisti-la também. O que acha?

Sofia bocejou por um momento antes de aprumar-se no sofá, semicerrando os olhos.

- Pode ser. De uma forma ou de outra, eu já tenho algumas idéias do que fazer para meu trabalho. E o filme me inspirou qual seria a música tema de Lizzy e Darcy.

- Sério? – Beatriz riu – Então agora você vai me agradecer por ter te tirado da cama para assisti-lo?

A morena abriu um único olho, encarando a amiga com uma expressão zombeteira.

- Não, eu ainda não perdoei sua indiscrição. Sério, Bia, sete horas da manhã num sábado é uma hora muito cruel para se levantar. Eu podia ter deixado para assistir ao filme mais tarde. Não é como se fosse mudar alguma coisa nele se você tivesse esperado pelo menos mais umas duas horas.

Beatriz revirou os olhos, virando-se de volta para sua cama improvisada no tapete, quase completamente coberto de almofadões. Sofia riu, balançando a cabeça.

- Não fique de birra, Bia... Você só precisa diminuir sua dose diária de açúcar e cafeína e, tenho certeza, será um ser humano normal como todos os outros.

- Engraçado, André disse a mesma coisa para mim hoje de manhã. – Bia respondeu – Vocês combinam.
Foi a vez de Sofia revirar os olhos.

- Sem comentários, Beatriz.

Mais uma vez, Beatriz voltou-se para ela, apoiando o rosto contra a beira do sofá.

- Ok, nada de gracinhas, prometo que me comporto. Agora... Conte-me sobre as idéias que teve. Eu estou curiosa sobre seus pensamentos acerca da história.

- Bem... Considerando que os acontecimentos são narrados do ponto de vista de Elizabeth, acho que terei de dar uma ênfase em cantoras... Imagino Lizzy como um contralto, porque ela não tem aquele ar etéreo da Jane; ela é a base de tudo, não o adorno. Gosto de como ela evoluiu ao longo da história. Ela é forte, é inteligente, mas não é isenta de falhas.

- Uma personagem totalmente crível, que muito bem poderia ser “a garota da casa ao lado”. - Bia concordou. – Entendo o que você diz, exceto pela parte do contralto, claro. O que isso tem a ver com o assunto é uma incógnita para mim; mas, não estudo música, então, era de se esperar.

- Sua ignorância musical é uma afronta à minha sensibilidade, Beatriz. – Sofia respondeu, com um sorriso – Você, obviamente, não é uma jovem prendada.

- Não que eu esteja preocupada com isso... – Beatriz assentiu – Continue. Você disse que tinha uma idéia para a música tema do casal, seja lá o que isso queira significar.

Sofia soltou um suspiro de falsa resignação antes de satisfazer o pedido da outra.

- Talvez seja uma impressão solitária minha... Mas, tenho para mim que Lizzy e Darcy passam boa parte da história dançando ao redor um do outro, tentando negar seus próprios sentimentos, ou enrolando-se com conclusões erradas. Eles dançam uma quadrilha, um minueto, vão e voltam entre outros casais. Há um momento no filme, porém, que, embora não exista no livro, mostra uma outra dança, um outro ritmo.

- Sofia, não estou entendendo lhufas do que você está dizendo. – Beatriz confessou.

- Você nem sempre precisa entender de música, Bia. – Sofia retrucou – Ok, deixa eu ver se me explico melhor... Você prestou atenção que, quando Lizzy e Jane deixam Netherfield, Darcy ajuda Lizzy a subir na carruagem? Aquele é o primeiro momento em que os dois têm um contato pele na pele.

- Hum... Continue...

- Agora, você deve saber que, àquela época, era difícil um casal ter espaço para conversar a sós. O único momento que eles tinham para se conhecer, para cortejar, flertar, ou seja lá como chamavam à época, era no salão de dança. E, das danças de salão, a melhor para que o casal pudesse conversar é, sem dúvida, a valsa.

- Isso deveria fazer algum sentido? – Beatriz perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Faz todo o sentido do mundo. – Sofia respondeu de pronto – Veja, Bia... O que separa Darcy e Lizzy por boa parte da história é a falta de comunicação entre eles. Há muitas pessoas interpondo-se entre os dois; Wickham, Mr. Collins, Lady Catherine, os Bennet; tudo como numa quadrilha. Eles só podem trocar algumas palavras de cada vez, rápido demais para fazerem um juízo completo do caráter do outro. Apesar disso, por alguns momentos a sós, em Rosings e Pemberley, quando eles realmente podem conversar um com o outro, quando têm o contato de uma valsa, eles se acertam... ou, ao menos, se encaminham para um acerto.

- E você pensou nisso tudo porque eles ficam de mãos dadas por meio segundo sem luvas entre eles? – Bia encarou-a quase com descrença – E eu achando que você não tinha imaginação...

Sofia cruzou os braços.

- Não enche.

Beatriz começou a rir.

- Tudo bem, tudo bem, acho que consegui enxergar seu ponto. Lizzy e Darcy dançam uma valsa. – ela se aquietou aos poucos, relaxando de volta em suas almofadas, ainda encostada ao sofá – Bem... isso foi bom, não é?

- O que foi bom? A valsa? Ou você rindo de mim?

Devagar, Beatriz balançou a cabeça.

- Isso. Ler um romance. Reencontrar um antigo hobby. Comer chocolate no meio da manhã. Fazer as pazes com sua mãe.

Por um instante, o olhar de Sofia perdeu-se, pensativo, entre lembranças.

- Sim... isso foi bom.

- Eu fico feliz, mesmo porque, tive uma brilhante idéia. – Beatriz se levantou, espanando uma poeira imaginária da roupa – Temos seis livros para três meses e uma época histórica para apreender. Então, daqui a quinze dias, vamos nos reunir para discutir sobre outro livro de Austen.

- Sua brilhante idéia é um clube do livro?

- Você tem alguma coisa contra?

Sofia ponderou sobre o assunto por exato meio segundo, antes de se lembrar do sentimento de nostálgico contentamento que lhe preenchera ao fechar a última página de Orgulho e Preconceito na noite anterior.

Um encontro com Austen... um reencontro com sua mãe.

- Qual vai ser o próximo livro? – ela perguntou, sorrindo.

(Continua...)




A Coruja


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6 comentários:

  1. Você realmente se empolgou neste conto, Lu. =D

    Só estou tentando decidir se Bia é extremamente empolgada com tudo, ou extremamente sem noção. 7 da manhã de sábado? Isso é desumano!!! =P

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  2. Huhauhuahua... Eu acho que a Bia é extremamente sem noção...

    E, sim, eu me empolguei... tinham pedido que fosse uma coisa assim, de no máximo dez páginas... eu escrevi em quatro partes, totalizando dezoito.

    XD

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  3. Ahhh!!! Adoro a Sofia, adoro a Sofia, adoro a Sofia!!!

    (sinto que a mãe dela parece um pouco com vc...heheh)

    ùnico ps negativo: ""Imagino Lizzy como um contralto, porque ela não tem aquele ar etéreo da Jane; ela é a base de tudo, não o adorno. ""

    COMO ASSIM???

    Quer dizer que sopranos são adornos etéros? ¬¬ hunft

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  4. Nique, eu cantei tanto como contralto como quanto soprano - na verdade, eu sou soprano.

    Esse negócio de sopranos serem adornos etéreos é uma brincadeira que a gente fazia no coral, especialmente quando a segunda e terceira voz passava a música fazendo barulhos estranhos (dom, dom, tum, tum...).

    Normalmente, quando isso acontecia, a primeira voz tinha uma melodia linda e ficávamos todos danados da vida de termos sido colocados no tum, dum, dum... Até ouvirmos como a música ficava só com a primeira voz e depois, com as nossas onomatopéias juntas.

    O efeito era tão perfeito que nós queríamos que os tumdumdum saíssem direitinho, porque finalmente tínhamos entendido que éramos a melodia, a base da música.

    Hehehe... você também é soprano? Deve ser, com certeza...

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  5. Eu sou contralto e concordo totalmente com a Sofia: a Jane seria a soprano. A Lizzy é definitivamente uma contralto.

    Cara, AMEI o conto! Quando tem mais???

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  6. Toda sexta tem Na sua estante, Mari. Mesmo quando terminar o conto especial, continuaremos com esses personagens - Sofia será definitivamente integrada ao elenco de Na sua estante.

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