31 de dezembro de 2017
Algumas Listas de Retrospectiva (ou ainda...'Tchau, 2017')
Tradicionalmente, no fim do ano, sempre participei da Retrospectiva Literária capitaneada pelo blog Pensamento Tangencial. Esse ano, contudo, não vai ter a brincadeira. Ou, pelo menos, não da maneira como fiz em outros anos, colocando livros em categorias e tudo o mais. Em vez disso, vou juntar minha retrospectiva toda em listas, estatísticas e infográficos - porque tive o cuidado, durante 2017, de anotar certos dados para observar como e o quê ando lendo.
Ao todo, foram 108 livros lidos; 82 posts publicados cá no blog - entre resenhas, artigos, desafios fotográficos, traduções, listas, crônicas e outras aleatoriedades -; quatro viagens longas; dois casamentos (num dos quais fui madrinha); seis encontros do Clube do Livro; um conto publicado numa antologia; muito trabalho; algumas gripes e um bocado de chocolate para sobreviver a tudo isso. No final das contas, ao fazer um balanço de 2017, tive algumas perdas dolorosas, mas também muitos momentos de alegria, de compartilhar as coisas que gosto com pessoas que amo, em risos e reflexão.
Mas, enfim... todo mundo sabe por aqui o quanto gosto de listas... então, vamos às listas desse ano! Sabendo que muita coisa vai se cruzar pelo meio, mas quem se importa?
(em ordem cronológica, porque não consigo escolher entre eles...)
- A resenha de The Shepherd's Crown, último livro escrito por Terry Pratchett. Não é o melhor livro do autor, mas teve uma carga emocional grande pra mim - tanto pelo que acontece na história, quanto por ser a despedida dele. Nos últimos anos, foi uma tradição minha começar o ano lendo um livro inédito de Discworld - 2018 vai ser a primeira vez desde que comecei meu projeto conhecer toda a série que não terei nada novo para ler dela. Provavelmente irei reler algum dos que foram recentemente traduzidos aqui no Brasil e ainda não peguei para ver como ficou a tradução.
- O Essencial é Invisível aos Olhos ou Lições sobre Luto com O Pequeno Príncipe, post que escrevi alguns dias após o falecimento de tia Marilu, falando sobre como reler a história de Saint-Exupéry nesse momento foi exatamente o conforto que eu precisava - e sobre como uma mesma narrativa evolui com o tempo, com as releituras e as experiências que trazemos para cada uma delas.
- Censura e Empatia: Sobre Alertas de Gatilhos e Leitores de Sensibilidade, que foi um artigo com ideias que eu andava ruminando há muito, e finalmente consegui escrever após ver as reações a uma reportagem que falava, justamente, dos leitores de sensibilidade e a questão do politicamente correto.
- Com quantas adaptações se faz um Conto de Fadas?, post para o qual convidei a Fernanda, do The Bookworm Scientist e que dei muita risada enquanto escrevíamos. Foi também o post com o qual reinauguramos o blog, que ficou um tempo fora do ar para ganhar layout totalmente novo.
- O especial sobre A Jornada do Herói, que foi ao ar no aniversário do blog, em maio. Fazia muito, muito tempo que queria escrever sobre o assunto - não simplesmente uma resenha do livro de Campbell, mas uma análise mais aprofundada do ciclo do herói.
- O Diário de Viagem da série American Gods, no qual analisei episódio por episódio da série, comparando ao livro, que é um dos meus favoritos do Gaiman. Nunca tinha feito nada parecido e foi bastante trabalhoso em razão do prazo que me dei, de sempre publicar o post até o final da semana em que o episódio fora ao ar. Mas foi um trabalho que gostei muito de fazer.
- O artigo sobre Romance Gótico que escrevi como parte dos meus posts do All Hallow's Read, que me deu uma certa dor de cabeça com o tanto de pesquisa que tive de fazer, mas fiquei bastante satisfeita com o resultado.
- Conversas Sobre o Tempo: o dia em que entreouvi agentes secretos falando em código, porque passei o tempo todo em que escrevia essa crônica rindo comigo mesma - e porque eu realmente gosto de escrever colunas da "Conversas Sobre o Tempo". Uma das minhas resoluções para ano que vem é escrever mais posts do tipo...
- A resenha da antologia Valquírias, na qual tive um conto publicado. Precisa dizer que escrevi esse quase explodindo de orgulho?
- O artigo Bruxas, Bonecas e Olhos de Botão no Universo de Coraline, que também foi ao ar durante o All Hallow's Read. Revi o filme, reli o livro e abracei a boneca - Gaiman foi uma das constantes desse ano...
1. Pelas Barbas de Odin e o Martelo de Thor, resenha do livro Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman.
2. Seis Lições que Aprendi com Jane Austen, que escrevi em razão do bicentenário da morte da autora.
3. A primeira parte do especial sobre a Jornada do Herói - Mito, Sonhos e Estruturas Narrativas, publicado no aniversário do blog.
4. Artigo Censura e Empatia: Sobre Alertas de Gatilhos e Leitores de Sensibilidade.
5. Artigo Lá e de Volta Outra Vez: 80 Anos de O Hobbit, escrito para comemorar o aniversário de publicação do livro.
6. A análise de Sandman: Prelúdio para o projeto Lendo Sandman.
7. Análise de O Livro do Juízo Final, da Connie Willis, um dos melhores livros que li esse ano.
8. Resenha de O Aprendiz de Assassino, da Robin Hobb, autora que definitivamente quero ler mais ano que vem.
9. Resenha de Enraizados, da Naomi Novik.
10. Resenha de A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil, da Becky Chambers, um livro que me fez ter um pouco mais de fé na humanidade quando terminei.
1. O Sol é para Todos, da Harper Lee, um clássico que li para debate do clube do livro e que me tocou profundamente. Se tornou um daqueles livros para levar para a vida. Queria muito ter descoberto essa história nos meus tempos de faculdade. Foi um livro que me fez chorar e sorrir, que me deixou de coração partido, mas estranhamente satisfeita.
2. O Livro do Juízo Final, da Connie Willis. Uma ficção científica com viagem no tempo, epidemias, medievalismo, Peste Negra e uma lição sobre solidariedade e compaixão. Quero muito ler mais da Willis - quero que outros livros dela sejam traduzidos aqui no Brasil, que façam muito sucesso, que sejam debatidos e surpreendam todo mundo como me surpreenderam.
3. A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil, de Becky Chambers. Outra ficção científica (foi um dos gêneros que mais li esse ano) que me surpreendeu, um livro maravilhoso sobre tolerância, respeito, amizade... quero convencer todo mundo a lê-lo e vir comentar comigo.
4. Um Homem Chamado Ove, de Fredrik Backman, que é um livro meio previsível, mas nem por isso menos tocante. Eu dei muita risada com esse livro e também chorei um bocado. Quero ver o filme dele...
5. O Aprendiz de Assassino, da Robin Hobb. Estava evitando ler livros que fossem parte de séries longas, mesmo aqueles que eu já tinha na estante. Finalmente dei uma chance a ele e não me arrependo de nada.
6. Mitologia Nórdica, do Neil Gaiman, livro mais recentemente publicado do autor, no qual ele traz para seu estilo algumas das mais icônicas histórias do panteão nórdico. Ainda que não tenha havido grandes surpresas nos mitos que ele aqui traduz, o que fascina é seu estilo, a forma como ele consegue insuflar essas histórias com seu próprio toque mágico.
7. No Reino de Gelo, de Hampton Sides. Trata-se da história real da expedição do USS Jeannette ao Pólo Norte e tem blockbusters de aventura que são menos empolgantes e eletrizantes que essa história. Fiquei de queixo caído lendo.
8. O Livro das Sombras: La Belle Sauvage, de Philip Pullman. Embora esse primeiro volume da nova série não se compare (ainda) com o que o autor legou em Fronteiras do Universo, há muito pelo que se apaixonar na história. O ritmo é muito rápido, as ameaças são bem reais, Malcolm e Alice são personagens que me intrigaram e pelos quais torci bastante. E os vislumbres que tivemos de Fadas e Deuses Antigos me deixaram curiosa - ainda que eles tenham me feito pensar mais em Jonathan Strange e Mr. Norrell que no enredo da primeira trilogia. Enfim, por mais críticas que tenha feito na resenha, gostei bastante do livro e quero muito ver o que virá no segundo volume (esperançosamente, não teremos de esperar meia década pelo próximo...).
9. Não me Abandone Jamais, do Kazuo Ishiguro. Li esse na última viagem que fiz e terminei quase ao mesmo tempo em que o avião se preparava para pousar em Curitiba. Fiquei um bom tempo mastigando a história, tentando lidar com a amargura daquele final. É uma história linda, de uma tristeza que acompanha a gente desde o começo, mesmo quando ainda não compreendemos completamente o que está acontecendo ali. Dolorosa e necessária. Não consegui ainda escrever uma resenha para ela, porque é difícil falar desse enredo sem estragar as surpresas - entender quem são realmente aqueles personagens, bem como sua função social, é um caminho que se deve fazer sozinho.
10. Enraizados, da Naomi Novik. Leitura rápida, divertida, que trouxe um folclore com que eu não era familiarizada (mas está nos meus planos ler mitologia eslava para 2018) e funcionou muito bem num volume único (obrigada por não ser uma... dodecalogia ou coisa parecida!). Embora eu tenha sentido uma certa derrapada em alguns momentos de romance, eu gostei do conjunto da obra.
Para terminar, infográfico! Fiz um pouquinho apressada, usando o mesmo layout do ano passado, mas deu tudo certo, então tá de boa!
E assim terminamos 2017 aqui no Coruja! Ano que vem tem mais projetos, livros, viagens e listas. Feliz ano novo para todo mundo!
A Coruja
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