23 de agosto de 2016
180º - Hospedagem
Estamos de volta com mais uma edição de “Viagem ao Japão”, dessa vez focando em onde ficar na Terra do Sol Nascente. E, rapaz, como temos opções por aqui!
Comecemos pelos mais óbvios: hotéis. Fica logo o aviso: são caros! Espaço no Japão é algo caríssimo, especialmente nas grandes cidades (leia-se: Tokyo). Salvo engano, o metro quadrado da capital japonesa já foi o mais caro do mundo, ou pelo menos entre os top três. Em 2015 ainda estava entre os dez mais.
Não que não exista hotel caro e hotéis mais em conta em quase qualquer lugar do mundo ao qual se vá... Mas, aqui, mesmo os de correntes com preços mais ou menos padrão sofrem um aumento. Ao mesmo tempo, hotéis de uma ou mesmo duas estrelas já são bastante bons (diferente do Brasil, por exemplo), então pode-se ficar em um desses sem problemas, gastando mais ou menos o que padrão de um hotel três estrelas no nosso entendimento.
Este aqui é lindo e chique... e CARO PENCAS! |
É bom mencionar também que, pra quem é claustrofóbico, NÃO tente um desses! Pode não ser um ovo, mas é mais apertado que um elevador pequeno em que só você esteja.
Exemplo de capsule hotel |
Aliás, essa é a próxima modalidade de hospedagem, e talvez a mais famosa por aqui. Onsen quer dizer “fonte de água morna”, popularmente conhecido como “termas”, ou águas termais. Pense num local pra ter vulcão, é o Japão! Uma das consequências disso é que há muitas fontes de águas quentinhas (subterrâneas ou não)... E em algumas delas, mais pro norte, pode-se ver, inclusive, os macaquinhos da neve aproveitando, em conjunto! ^^
Não sou fã de macacos, mas isso aqui é muito legal de se ver! (tirei no Parque dos Macacos de Neve, em Nagano) |
Como esse é o principal tipo de destino turístico/atividade turística no Japão, onsens há de vários tipos. Alguns são verdadeiros complexos hoteleiros; outros, quase um parque aquático, cheio de piscinas e termas espalhadas. Muitas vezes têm também sala de karaoke, de jogos, tênis de mesa, jardins nos quais andar etc. Vale a pena ficar em um ao menos uma vez. Fora que também oferecem refeições no estilo tradicional local, que sempre é uma boa experimentar, e que usualmente compõem-se de várias porções de coisinhas saudáveis e gostosas.
O estilo seguinte assemelha-se muito a onsens, até porque, assim como nos hotéis cápsula, normalmente têm um. Entretanto, como regra geral, os onsens têm como atração principal a(s) própria(s) terma(s), enquanto o ryokan tem como estrela o próprio estabelecimento. A tradução desse nome é algo como “lugar de viagem”, ou, mas entenda isso como “local onde se pára durante uma viagem”... São os hotéis japoneses originais, e, que eu saiba, têm apenas washitsus.
Ir ao Japão é não ficar ao menos uma vez em um washitsu é quase equivalente a um crime... |
Outra opção é um sistema que tem vingado mundo afora é o Airbnb, no qual pessoas alugam uma apartamento ou um cômodo de suas casas para visitantes. O site é basicamente um catálogo de host families para você escolher em que tipo de lugar e/ou com que pessoa(s) quer se alojar durante a viagem. É interessante porque permite ver uma casa japonesa, e a vida de uma família (ou pessoa) japonesa. E tem a alternativa de não ter que lidar com alguém, se quiser, mas não acho tanta graça. Alguns lugares são quase hotéis, oferecendo xampu, condicionador e todas aquelas coisinhas de banheiros que alguns hotéis bons oferecem... Como o Japão, em geral, e em comparação com o Brasil, é um país muito mais seguro, não há tanta preocupação em usar esse sistema por aqui. É, claro, porém, que se for uma garota viajando sozinha, no mínimo evite escolher lugares que pareçam meio isolados (embora nem sempre se possa saber se o são)...
Mais uma opção bem barata e bem japonesa mesmo: os manga kissa, ou cafés-mangá. Imagine uma mistura de cyber-cafe com biblioteca de mangás (mas da qual você não pode levar os mangás para fora do estabelecimento). Não há quartos, e nem sempre há chuveiros. O que existe são cadeiras (confortáveis) em cubículos, como aqueles de escritórios onde as mesas dos funcionários são separadas por finas divisas de plástico opaco que não são paredes. Dependendo da rede de manga kissa ao que você vá, também há cubículos cujo chão é um colchão tipo aquele de maca de médico, funcionando como se fosse um quarto no qual você pode deitar, mas no qual não se tem o mesmo conforto de uma casa, e onde não haverá privacidade, pois seu vizinho pode simplesmente olhar por cima daquela divisa de plástico. Também não terá o mesmo isolamento que paredes de tijolo oferecem, então é possível que algum outro hóspede mantenha-o acordado com roncos altos... (risos)
Esses cafés não cobram diárias, mas horas, e usualmente há pacotes. Naqueles que têm chuveiro, é preciso reservar o horário que se quer usar, e vá preparado, pois normalmente há um tempo limite a ser usado. Já fui a um cujo tempo era de 15 minutos (é muito pouco!), mas as duas redes que mais gosto de usar dão meia hora, salvo engano.
Quarto manga kissa de "tapete". Digitando "manga café" ou "manga kissa" no seu buscador preferido, dá para ter uma ótima noção de como eles são. |
Alguns têm temas, ou quartos tematizados, almejando satisfazer os gostos dos variados clientes. Para quem está viajando em dupla ou mais gente, talvez valha a pena passar uma noite ou algumas horas num quarto estilo Alice, ou da Hello Kitty, ou de dungeon etc..
Por outro lado, justamente para se conferir mais privacidade, as janelas são pequenas e o espaço em si é mais fechado, o que causa certo debate para questões de segurança em casos de emergência, a exemplo de incêndios ou terremotos.
Como dá pra ler acima, há várias opções de acomodação no Japão, e a escolha depende principalmente da sua carteira e do nível almejado de imersão na cultura japonesa. Eu recomendaria, se tiver tempo e não muita bagagem pra carregar, tentar experimentar todos. É claro que, mesmo tendo bagagem, é possível deixá-la em algum lugar, tipo com um hotel no qual se hospede primeiro, ou num locker. Esse último sempre há nas estações de metrô e nas grandes estações de trem.
E antes que eu me despeça, vale o aviso: não se espantem se forem atendidos por um robô, ou um tiranossauro miniaturizado...
É sério, isso existe. |
Mas eu sou brasileira, então deixo os abraços! Até a próxima!
A Elefanta
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