27 de abril de 2012
Por Dentro da Cabeça da Autora: O Fim?
Não vou me alongar muito hoje, porque há um processo por analisar, uma prova de francês para a qual se preparar e, psicologicamente, não tenho certeza se estou realmente pronta para escrever sobre o assunto sem desatar no choro.
Na sua estante chegou hoje ao final, dois anos e cento e vinte capítulos depois. Cheguei a me desesperar em alguns momentos achando que nunca conseguiria fechar essa história a contento - especialmente quando algum personagem novo que eu não tinha planejado inicialmente aparecia, ou quando outro me aprontava uma de onde eu não fazia idéia de como ia tirá-lo...
Mas, no final das contas, sem deixar pontas soltas e num final aberto a interpretações... consegui terminar. E posso dizer que estou bastante satisfeita com isso.
Primeiro porque consegui ir do começo ao fim, ao longo de dois anos, sem perder uma única sexta-feira. Mesmo quando estava em cima da hora para escrever um capítulo importante - e meu deus, já é sexta - consegui me manter dentro do calendário. Não sei se sentirei falta de arrancar cabelos nas sextas em que não amanhecia o dia com um capítulo pronto...
Segundo porque, embora em muitos pontos a história tenha saído radicalmente dos meus planos originais - dos muitos casais que se formaram, apenas um estava realmente planejado acontecer desde o princípio - escrever esse folhetim-contos-pílulas foi uma experiência divertida e fascinante. Em dois anos vivendo dentro da minha cabeça, esses personagens amadureceram, cresceram, se responsabilizaram por suas próprias decisões. Fizeram algumas burradas e passaram por algumas situações totalmente absurdas também...
Pombas! Eu ainda rio sozinha só de lembrar Penélope tentando sua mão com bonecos voodoo e Beatriz correndo do pastor que tentava exorcizá-la, Sofia revirando os olhos ao fundo enquanto André não sabe se ri ou interna a irmã... Isso para não falar da trilha sonora na biblioteca...
Eles vão me deixar muita saudade... Mas eu acredito em saber quando deixar uma história chegar ao seu final. Porque boas histórias têm de ter um final e passar dele, forçar uma continuidade pode muitas vezes matar aquilo que há de melhor nela.
Então... eis o final de Na sua estante para vocês. Espero que tenham se divertido nessa longa jornada. Espero que tenham se emocionado. Que tenham feito amigos desses muitos personagens. Eu sei que fiz.
Talvez, num futuro distante, eu ainda possa resgatar alguns deles em contos-solo para contar algo que ficou nas entrelinhas... ou para revelar um pouco do futuro como ele aparece em minha cabeça... Mas não faço promessas.
Curiosamente, terminei de escrever Na sua estante exatamente uma semana antes do aniversário de três anos do blog. Acho que posso já considerar isso a primeira parte do presente...
Enfim, um último comentário sobre o epílogo... Alguém percebeu a brincadeira dos nomes? Sem querer ou perceber, acabei criando uma família toda de nomes gregos clássicos: Arquimedes, o matemático que correu ruas nu gritando 'Eureka'; Penélope, a paciente esposa do herói Ulisses; Heitor, o herói de Tróia e sua irmã, a princesa Cassandra, dotada com a vidência e amaldiçoada com o fato de ninguém acreditar em suas previsões.
Não que o Heitor e a Cassandra de Na sua estante estejam fadados ao mesmo destino trágico, claro. Mas achei divertido assim mesmo batizá-los assim. Os dois são, afinal, meus personagens favoritos da Ilíada.
E... é isso. finais são meio anti climáticos, não?
Por hora, não tenho outros projetos além de terminar coisas que comecei. Segundo semestre, o plano é retomar Ases. E depois, quem sabe? Para o alto e avante!
Não estou fazendo mais sentido. Vou então me despedir aqui, antes que me torne repetitiva ou um molho de lágrimas balbuciantes (meu olho está lacrimejando, mas acho que foi alguma coisa que entrou nele...).
Fecho o livro. E retorno-o à estante da minha biblioteca dos sonhos.
Hora de acordar.
Na sua estante chegou hoje ao final, dois anos e cento e vinte capítulos depois. Cheguei a me desesperar em alguns momentos achando que nunca conseguiria fechar essa história a contento - especialmente quando algum personagem novo que eu não tinha planejado inicialmente aparecia, ou quando outro me aprontava uma de onde eu não fazia idéia de como ia tirá-lo...
Mas, no final das contas, sem deixar pontas soltas e num final aberto a interpretações... consegui terminar. E posso dizer que estou bastante satisfeita com isso.
Primeiro porque consegui ir do começo ao fim, ao longo de dois anos, sem perder uma única sexta-feira. Mesmo quando estava em cima da hora para escrever um capítulo importante - e meu deus, já é sexta - consegui me manter dentro do calendário. Não sei se sentirei falta de arrancar cabelos nas sextas em que não amanhecia o dia com um capítulo pronto...
Segundo porque, embora em muitos pontos a história tenha saído radicalmente dos meus planos originais - dos muitos casais que se formaram, apenas um estava realmente planejado acontecer desde o princípio - escrever esse folhetim-contos-pílulas foi uma experiência divertida e fascinante. Em dois anos vivendo dentro da minha cabeça, esses personagens amadureceram, cresceram, se responsabilizaram por suas próprias decisões. Fizeram algumas burradas e passaram por algumas situações totalmente absurdas também...
Pombas! Eu ainda rio sozinha só de lembrar Penélope tentando sua mão com bonecos voodoo e Beatriz correndo do pastor que tentava exorcizá-la, Sofia revirando os olhos ao fundo enquanto André não sabe se ri ou interna a irmã... Isso para não falar da trilha sonora na biblioteca...
Eles vão me deixar muita saudade... Mas eu acredito em saber quando deixar uma história chegar ao seu final. Porque boas histórias têm de ter um final e passar dele, forçar uma continuidade pode muitas vezes matar aquilo que há de melhor nela.
Então... eis o final de Na sua estante para vocês. Espero que tenham se divertido nessa longa jornada. Espero que tenham se emocionado. Que tenham feito amigos desses muitos personagens. Eu sei que fiz.
Talvez, num futuro distante, eu ainda possa resgatar alguns deles em contos-solo para contar algo que ficou nas entrelinhas... ou para revelar um pouco do futuro como ele aparece em minha cabeça... Mas não faço promessas.
Curiosamente, terminei de escrever Na sua estante exatamente uma semana antes do aniversário de três anos do blog. Acho que posso já considerar isso a primeira parte do presente...
Enfim, um último comentário sobre o epílogo... Alguém percebeu a brincadeira dos nomes? Sem querer ou perceber, acabei criando uma família toda de nomes gregos clássicos: Arquimedes, o matemático que correu ruas nu gritando 'Eureka'; Penélope, a paciente esposa do herói Ulisses; Heitor, o herói de Tróia e sua irmã, a princesa Cassandra, dotada com a vidência e amaldiçoada com o fato de ninguém acreditar em suas previsões.
Não que o Heitor e a Cassandra de Na sua estante estejam fadados ao mesmo destino trágico, claro. Mas achei divertido assim mesmo batizá-los assim. Os dois são, afinal, meus personagens favoritos da Ilíada.
E... é isso. finais são meio anti climáticos, não?
Por hora, não tenho outros projetos além de terminar coisas que comecei. Segundo semestre, o plano é retomar Ases. E depois, quem sabe? Para o alto e avante!
Não estou fazendo mais sentido. Vou então me despedir aqui, antes que me torne repetitiva ou um molho de lágrimas balbuciantes (meu olho está lacrimejando, mas acho que foi alguma coisa que entrou nele...).
Fecho o livro. E retorno-o à estante da minha biblioteca dos sonhos.
Hora de acordar.
A Coruja
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na sua estante
por dentro da cabeça da autora
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