30 de novembro de 2009

XIII Feira Japonesa do Recife





Todos os anos, sem falta, no último final de semana de novembro, eu sigo para o Recife Antigo de manhã cedo para poder assistir à abertura da Feira Japonesa. Esse ritual tem uma simples e única motivação: comer o danado do okonomiyaki, comida típica japonesa que não encontro em nenhum restaurante de comida japonesa no Recife e, por isso, só posso degustar essa única vez por ano.


Aliás, quando viajei à Maringá, para passar uns dias com tio Fafa, eu também procurei, mas não encontrei a bendita... panqueca? Pizza de chapa? Omelete? Quem vai saber? E quem se importa de verdade?

Em todo caso... consegui afinal matar meu desejo de comer okonomiyaki, então, posso considerar 2009 um bom ano.

Claro que a Feira Japonesa do Recife não é apenas uma feira de culinária e, ainda que meu objetivo primordial nela seja comer, há muita coisa interessante para se ver... a começar, é claro, pela turma dos Cosplay... e pelos concursos culturais... pelas apresentações...

Vagando pela rua do Bom Jesus, não pela primeira vez, me espantei com a quantidade de japoneses espalhados por ali, conversando em sua língua quase ininteligível (sim, eles mantêm longos debates em japonês na frente dos clientes das barraquinhas... discutindo o quê, vai-se saber...), vestidos em quimonos e hakamas.

Não à toa temos uma feira japonesa na cidade...

Mas estou enrolando, são sete e tanta da noite e ainda tenho umas questões da pós para terminar, então vou logo para o que há de importante: a turma absolutamente louuuuuca que comparece a esses eventos.

Para começar, cheguei à conclusão de que há uma superpopulação de capitães shinigami e ninjas na cidade... Não é muito difícil perceber que os grandes favoritos do povão são Naruto e Bleach. E, para quem não entendeu nada com nada do que estou falando, basta saber que são animes... e, se estiver interessado, procure no wikipedia.

Em segundo lugar... eu juro que não consigo compreender como esse povo agüenta o calor. Passei por, pelo menos, uns dois Neo de Matrix, usando o sobretudo preto completo; um monte de lolitas em vários degraus de babados, um Kakashi usando gola alta e jaqueta alcochoada...

Eu quase me senti desidratada por eles. Pensando bem, eu já estava desidratada por mim mesma... e isso porque eu estava de blusa sem manga...

Em terceiro, a grande abertura da feira (esse deveria ter sido o primeiro tópico...). Na abertura da feira japonesa, nós sempre temos o tradicional Kagami-biraki, a quebra do tampo do taru, um barril de saquê.

E, se você precisa de mais alguma explicação do porquê vai tanta gente para a Feira Japonesa, basta saber isso: todo mundo bebe saquê de graça.

Não que eles precisem de mais alguma coisa para agirem como uma multidão ensandecida e absolutamente animada, cantando músicas em japonês com tanta devoção quanto o Hino Nacional.

É sério, assistir o pessoal cantando os temas de Cavaleiros do Zodíaco, DragonBall Z, Jaspion, entre outras pérolas, na versão original, é parecido com entrar em uma dimensão paralela.

Sim, eu também sei algumas letras.

Eu nunca disse que era normal...

Esse ano, tivemos ainda, além da já esperada presença do cônsul japonês, a visita da embaixatriz kawaii do Japão... o que, em outras palavras, significa que eles mandaram uma coitada que não entende uma palavra de português vestida de Lolita para representar todas as coisas fofas deles.

É, os japoneses certamente ganham no quesito de menos parafusos que eu. E, não, as lolitas japonesas não têm nada a ver com a Lolita de Nabokov.

Acho... Bem, não sou lá uma grande entendida do assunto, mas pelo que sei, o movimento Lolita (que ainda se subdivide em gothic lolita e outras coisas mais) é um movimento de moda em que as garotas se vestem com roupas cheias de babadinhos, lacinhos e outros 'inhos', parecendo bonecas em tamanho real.

Eu poderia continuar o dia (ou a noite, a depender do ponto de vista), comentando das loucuras que presenciamos - eu e Carol - na Feira. Mas, em vez disso, deixarei que vocês dêem uma olhada por si mesmos...

Antes que saiam correndo e pedindo que exorcisem o Coruja, deixe-me explicar o que diabos vocês irão assistir a seguir... Alguns anos atrás, a turma do SuperHeroCon (Convenção de Super Heróis - e, não se preocupe, você saberá mais sobre esse evento quando ele ocorrer, porque é outro em que vou todo ano...) inventou um concurso de Kame hame ha.

Para quem não conhece o meio, Kame hame ha é o nome do principal golpe dos personagem do famoso anime DragonBall. Então, basicamente, o povo sobre no palco, e encena o kame hame ha para cima do público.

Ou um Hadouken, como já aconteceu em eventos passados.

Eles fazem isso de todo jeito - imitando com perfeição o anime; dando gritinhos de falsete (que levam à multidão à loucura... mas não de uma maneira muito boa...); fazendo passos de moonwalk, pulando em golpes de kung fu e, de maneira geral, arrancando muitas gargalhadas.

Esse ano, Jesus foi o grande campeão do concurso de Kame hame ha na Feira Japonesa... embora tenha tido concorrentes de peso nas figuras de Lula (sim, o presidente foi nos prestigiar...) e da "Hermione-promovida-a-Sméagol".

A essa altura, eu tenho certeza que vocês não estão entendendo mais lhufas... a não ser que já tenham freqüentado um evento nessa linha... Então, vou deixá-los com um vídeo que encontrei no youtube (se vocês procurarem direitinho, talvez sejam até capazes de me encontrar escondidinha no canto da praça).




Resumo da ópera... tem todo tipo de doido nesse mundo...


A Coruja


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3 comentários:

  1. Eu tava lá na feira, cobrindo... e cobri na íntegra a disputa do Kame-hame-ha, Lulu... foi mto hilário!
    A gente vai colocar no sábado as entrevistas q gravei pro programa, espero q vc ouça: 1240 AM, de 2 da tarde.
    Bjos!

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  2. a feira japonesa deveria ser exclusivamente da cultura e povo japoneses e em um ambiente pago,selecionado e com grnade espaço para visitação todos os anos,ou seja ,ser um evento de grande porte pela beleza e pela cultura que é riquíssima,e tem muito que se ver e saber.

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  3. Também concordo que: o povo brasileiro avacalha o porte do evento,e deixa margem para tirar o brilho de uma cultura tão bela.

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