1 de novembro de 2009
Ah... e os musicais estão de volta
Esse feriado foi excelente – deu para ler, escrever e assistir um bocado de coisas. Há tempos que eu não tinha tanto tempo para fazer as coisas que gosto e os últimos três dias foram passados apenas relaxando. Nada de livros de processo, nada de apostilas, nada de se preocupar com a procuradoria.
Um tema foi meio predominante no final de semana: musicais.
A essa altura da vida, os leitores do Coruja provavelmente já sabem que eu adoro música... Que participei de corais durante uns dez anos, cheguei a fazer violão e só escrevo com trilha sonora ao fundo.
Nada mais lógico, pois, que eu goste de musicais.
Pois bem. Este final de semana, tive a oportunidade de conhecer uma série musical e assistir de novo dois dos meus filmes musicais favoritos.
Dos filmes, talvez vocês já tenham ouvido falar.
Across the Universe traz uma história passada à época da Guerra do Vietnã, um romance entre um imigrante ilegal inglês e uma jovem americana engajada, embalado por músicas dos Beatles. Mamma Mia, por sua vez, é uma comédia, com o ABBA servindo para contar a grande confusão de uma garota tentando descobrir qual dos três namorados descritos no diário da mãe é seu verdadeiro pai.
O que realmente me pescou esse feriado, contudo, foi a série. Glee ainda não estreou aqui no Brasil, mas graças ao Orkut (de alguma coisa ele tem de servir...) eu já assisti os oito primeiros episódios.
Das críticas que ouvi por aí, as pessoas têm dito que Glee se ancora no sucesso de High School Musical. Que é uma cópia da franquia da Disney, e blá, blá, blá. Tendo assistido já um bom tanto da série, devo dizer que discordo dessa opinião.
Glee gira em torno do grupo coral de um típico colégio americano dominado pela treinadora das líderes de torcida. A mulher é doida de pedra, um verdadeiro dragão, que chega a chantagear o diretor da escola – um indiano – para conseguir o que quer.
O Clube Glee, contudo, conta com a direção de outro professor, Will, o típico boa-praça, que ensina espanhol na escola e, em sua época como estudante, foi ele mesmo um corista do clube.
Mas as verdadeiras estrelas do seriado são os integrantes do coral, cada qual mais louco que o outro; cada qual mais estranho que o outro.
O clube acaba por congregar todas as minorias – todos aqueles que não são apenas impopulares, mas sim os párias da escola, os membros mais inferiores da escala hierárquica de uma High School.
Temos uma judia, filha de pais homossexuais (ela foi adotada), grande estrela do coral que acha que o mundo gira em torno de seu umbigo; uma negra gordinha; uma asiática gótica; um paralítico de cadeira de rodas e um gay mais ou menos assumido, os quais são o núcleo original do clube.
Mais tarde, o professor irá manipular a estrela do time de futebol e cara mais popular da escola (embora não saiba, nas palavras dele mesmo, diferenciar esquerda de direita) a entrar para o coro e, na esteira dele, acabam vindo três das animadoras de torcida (uma delas a “rainha” da escola, namorada do jogador, presidente do clube de celibato e espiã da treinadora maluca sobre a qual já falei anteriormente) e outros três jogadores do time.
Glee é muito diferente de HSM por diversos fatores. Para começo de conversa, as músicas não são veículo para contar a história propriamente dita, mas são apresentações do coral. Elas não fazem parte da narrativa.
Em segundo lugar, nada do puritanismo da Disney. Ou de maniqueísmo simplista. Os personagens, mesmo aqueles que rotulamos “mocinhos” têm uma verve mais maquiavélica; eles mentem, manipulam, fingem, traem... E aqueles que consideraríamos os “vilões” nos surpreendem diversas vezes com atitudes que jamais pensaríamos possíveis para eles.
Mais que qualquer outra coisa, contudo, Glee se relaciona ao trato das minorias. E essa relação de minoria, trauma e música não me é desconhecida.
Inicialmente, só havia um garoto no coral... e, por causa disso, ele ouvia um bocado dos colegas, que consideravam aquilo coisa de “mulherzinha”. Mais tarde, outros garotos entraram (e tudo começou graças a uma aposta em cima de uma corrida de Fórmula 1. Até hoje, quando a velha guarda se reúne, agradecemos ao Rubinho por ter perdido aquela corrida...).
De uma forma geral, nossa turma de coristas era formada inteiramente de minorias. Na época, eu não tinha percepção disso, perdida no meu próprio mundo literário e pouco me ligando para quem não estava no meu círculo de amigos, mas nós sofríamos um pouco de bullying; o suficiente para que algumas pessoas que me são muito queridas terem saído do colégio com traumas que nem tão cedo vão deixar de assombrá-los.
E o coral foi um grupo de apoio para esse pessoal; na sala de Tia Nadir, nós tínhamos liberdade para criarmos nossa própria família, para escrever bobeiras (Melodia Boêmia - vide seção 'Corujices' - nasceu lá), para cantar em agudos ensurdecedores ou aquecer a voz com cantigas ridículas ("Eu vi teu pai, tua mãe e tua tiaaaaaaaaaaa... na ruaaaaaaa fazendo aaaanaaarrrrquiiiiiiiiia!").
Talvez essa parte de me identificar com os personagens (se bem que não há nenhum dos personagens que realmente identifique Lulu no colegial... embora eu tenha conhecido uma "Rachel", um "Finn", um "Puck" e uma "Tina" (que não era apenas gótica, mas era a própria MORTE) tenha sido o grande fator para ter me pescado para a história...
Estou, enfim, ansiosíssima para assistir o nono episódio, dia 11. Irá Will se tocar que a esposa está enganando-o com a história da gravidez? Revelará Quinn que Puck é o verdadeiro pai de seu filho? Ficarão, enfim, com o caminho livre, Rachel e Finn? Qual será o próximo plano infalível de Sue Silvester? E o que o clube Glee cantará na seletiva para as regionais?
Essas e outras perguntas, nos próximos episódios de Glee!
Carimbo de Lulu recomenda nele! (acho que vou fazer um carimbo no photoshop para colocar nesses posts... hohoho... até parece...)
A segunda e terceira voz ao fundo me fez lembrar dos meus dias de coral... O Canto de Tupã... Meia hora só fazendo dungundundundudndugundudundun.........
A Coruja
Um tema foi meio predominante no final de semana: musicais.
A essa altura da vida, os leitores do Coruja provavelmente já sabem que eu adoro música... Que participei de corais durante uns dez anos, cheguei a fazer violão e só escrevo com trilha sonora ao fundo.
Nada mais lógico, pois, que eu goste de musicais.
Pois bem. Este final de semana, tive a oportunidade de conhecer uma série musical e assistir de novo dois dos meus filmes musicais favoritos.
Dos filmes, talvez vocês já tenham ouvido falar.
Across the Universe traz uma história passada à época da Guerra do Vietnã, um romance entre um imigrante ilegal inglês e uma jovem americana engajada, embalado por músicas dos Beatles. Mamma Mia, por sua vez, é uma comédia, com o ABBA servindo para contar a grande confusão de uma garota tentando descobrir qual dos três namorados descritos no diário da mãe é seu verdadeiro pai.
O que realmente me pescou esse feriado, contudo, foi a série. Glee ainda não estreou aqui no Brasil, mas graças ao Orkut (de alguma coisa ele tem de servir...) eu já assisti os oito primeiros episódios.
Das críticas que ouvi por aí, as pessoas têm dito que Glee se ancora no sucesso de High School Musical. Que é uma cópia da franquia da Disney, e blá, blá, blá. Tendo assistido já um bom tanto da série, devo dizer que discordo dessa opinião.
Glee gira em torno do grupo coral de um típico colégio americano dominado pela treinadora das líderes de torcida. A mulher é doida de pedra, um verdadeiro dragão, que chega a chantagear o diretor da escola – um indiano – para conseguir o que quer.
O Clube Glee, contudo, conta com a direção de outro professor, Will, o típico boa-praça, que ensina espanhol na escola e, em sua época como estudante, foi ele mesmo um corista do clube.
Mas as verdadeiras estrelas do seriado são os integrantes do coral, cada qual mais louco que o outro; cada qual mais estranho que o outro.
O clube acaba por congregar todas as minorias – todos aqueles que não são apenas impopulares, mas sim os párias da escola, os membros mais inferiores da escala hierárquica de uma High School.
Temos uma judia, filha de pais homossexuais (ela foi adotada), grande estrela do coral que acha que o mundo gira em torno de seu umbigo; uma negra gordinha; uma asiática gótica; um paralítico de cadeira de rodas e um gay mais ou menos assumido, os quais são o núcleo original do clube.
Mais tarde, o professor irá manipular a estrela do time de futebol e cara mais popular da escola (embora não saiba, nas palavras dele mesmo, diferenciar esquerda de direita) a entrar para o coro e, na esteira dele, acabam vindo três das animadoras de torcida (uma delas a “rainha” da escola, namorada do jogador, presidente do clube de celibato e espiã da treinadora maluca sobre a qual já falei anteriormente) e outros três jogadores do time.
Glee é muito diferente de HSM por diversos fatores. Para começo de conversa, as músicas não são veículo para contar a história propriamente dita, mas são apresentações do coral. Elas não fazem parte da narrativa.
Em segundo lugar, nada do puritanismo da Disney. Ou de maniqueísmo simplista. Os personagens, mesmo aqueles que rotulamos “mocinhos” têm uma verve mais maquiavélica; eles mentem, manipulam, fingem, traem... E aqueles que consideraríamos os “vilões” nos surpreendem diversas vezes com atitudes que jamais pensaríamos possíveis para eles.
Mais que qualquer outra coisa, contudo, Glee se relaciona ao trato das minorias. E essa relação de minoria, trauma e música não me é desconhecida.
Inicialmente, só havia um garoto no coral... e, por causa disso, ele ouvia um bocado dos colegas, que consideravam aquilo coisa de “mulherzinha”. Mais tarde, outros garotos entraram (e tudo começou graças a uma aposta em cima de uma corrida de Fórmula 1. Até hoje, quando a velha guarda se reúne, agradecemos ao Rubinho por ter perdido aquela corrida...).
De uma forma geral, nossa turma de coristas era formada inteiramente de minorias. Na época, eu não tinha percepção disso, perdida no meu próprio mundo literário e pouco me ligando para quem não estava no meu círculo de amigos, mas nós sofríamos um pouco de bullying; o suficiente para que algumas pessoas que me são muito queridas terem saído do colégio com traumas que nem tão cedo vão deixar de assombrá-los.
E o coral foi um grupo de apoio para esse pessoal; na sala de Tia Nadir, nós tínhamos liberdade para criarmos nossa própria família, para escrever bobeiras (Melodia Boêmia - vide seção 'Corujices' - nasceu lá), para cantar em agudos ensurdecedores ou aquecer a voz com cantigas ridículas ("Eu vi teu pai, tua mãe e tua tiaaaaaaaaaaa... na ruaaaaaaa fazendo aaaanaaarrrrquiiiiiiiiia!").
Talvez essa parte de me identificar com os personagens (se bem que não há nenhum dos personagens que realmente identifique Lulu no colegial... embora eu tenha conhecido uma "Rachel", um "Finn", um "Puck" e uma "Tina" (que não era apenas gótica, mas era a própria MORTE) tenha sido o grande fator para ter me pescado para a história...
Estou, enfim, ansiosíssima para assistir o nono episódio, dia 11. Irá Will se tocar que a esposa está enganando-o com a história da gravidez? Revelará Quinn que Puck é o verdadeiro pai de seu filho? Ficarão, enfim, com o caminho livre, Rachel e Finn? Qual será o próximo plano infalível de Sue Silvester? E o que o clube Glee cantará na seletiva para as regionais?
Essas e outras perguntas, nos próximos episódios de Glee!
Carimbo de Lulu recomenda nele! (acho que vou fazer um carimbo no photoshop para colocar nesses posts... hohoho... até parece...)
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EU KERO. ponto.
ResponderExcluirLOL
Adorei a ideia dessa serie. bem, eu acho q o pessoal kis dizer q ela pegou carona no high school musicAL (vc eskeceu as ultimas duas letras), mas nao q era igual.
lulu, ja tem os ovas de phantom the animation? faz tempo q kero te perguntar isso. vou te gravar um dvd e mandar antes de abandonar vcs... XD
o resto de dvd: kimi ni todoke, toshokan sensou. provavelmente cabera mais, mas deixa eu acabar o q estiver baixando (to pegando gakuen alice!)
bjos. ja disse q te adoro? ^^