6 de agosto de 2015
Quem Conta um Conto (Março) || Comentários
Lulu: E cá estamos uma vez mais com os nossos comentários para o Quem Conta um Conto... Ufa! Faz quase um ano que não tínhamos uma nova rodada de histórias, não é? Estava sentindo uma falta danada dessa coluna... E aí foram mais quase seis meses para ter os comentários (!!!) da história...
Dani: Mea culpa, mea culpa... - -“Podem me açoitar.
Dé: Sabe que eu também? Mas foram por motivos de força maior, então não havia muito que pudéssemos fazer.
Lulu: Enfim, vamos tratar do que interessa... falemos das histórias!
Quando primeiro vi a ilustração que a Dani tinha feito eu primeiro pensei “moleza”, aí vi o tema e murchei...
Ísis: KKKKKKKKKK!!!
Dani: Sempre a reação que procuro! XD
Lulu: Afinal, como é que eu ia conseguir juntar romance com uma ilustração como aquela? Se fosse fantasia, estava tudo tranquilo, mas com romance...
Dani: Quem disse que não podia ter fantasia no meio? Não tem nada nas regras que proíba mais de um tema... u__u
Lulu: Um não exclui o outro, mas o centro da história era o romance, não a fantasia, por isso minha dificuldade...
Dé: A primeira coisa que eu pensei quando vi a ilustração foi “Olha, um Sawsbuck!”. Não sabia que a Dani era fã de Pokémon. XD
Ísis: Mas que bicho cheio de paparicado!!!!
Lulu: Não era para ser 'penduricalho'? Paparicado é outra coisa...
Dani: Juro que nunca tinha visto mais gordo.
Lulu:...
Enfim, eu me sentei e fiquei a olhar para a imagem... e, para minha surpresa, não senti assim tanta dificuldade para me decidir na história... Isso porque ao olhar para a moça e o gamo, eu lembrei da Dama do Lago e o Senhor da Floresta de Forget-me-not e essa lembrança me fez colocar os dois personagens do desenho na mesma categoria de seres.
Ísis: O cervo me lembrou Mononoke-Hime, mas a situação lembrou-me o Forget-me-not e O Feitiço de Áquila.
Dani: Que saudades de Forget-me-not...
Lulu: Assim é que o gamo tornou-se um Senhor da Floresta como o Lusmore daquela outra história... e a moça se tornou uma ninfa – porque eu tinha estado recentemente encantada com as histórias do Charles de Lint. E aí tínhamos Por Estações.
Tendo decidido o que eram os personagens, tornou-se mais fácil pensar na história em si, inclusive para explicar o efeito que eles produzem no ambiente ao seu redor. Como eu queria escrever uma cena com inverno e sangue na neve (porque acho essa uma imagem bonita), decidi que ia dividir a história em cenas de acordo com as estações.
Em resumo, uma coisa foi puxando a outra e quando vi eu tinha conseguido costurar tudo exatamente como queria. E, vou dizer, não é sempre que termino uma história com total senso de satisfação para com ela, de dizer “consegui aqui exatamente o efeito que queria”.
Quebrar as cenas de forma episódica para cada estação também ajudou a não enrolar desnecessariamente, poupando assim minha terrível prolixidade...
Dani: Aliás que todos vocês fizeram algo parecido quanto a isso, não é? Achei até estranho enquanto lia os contos. Parecia até que vocês tinham sentado para escrever juntos. (O que seria completamente contras regras, que fique claro!)
Lulu: Juro que ninguém combinou nada antes!
O processo de escrita dessa vez foi mais intuitivo, como deu para perceber. A única coisa que parei para pesquisar foi sobre árvores. A Ninfa começa como um freixo porque o nome da árvore em inglês é ash, cinzas – e sua árvore é derrubada para fazer lenha, então...
Além disso, a mitologia nórdica diz que a Yggdrasil é um freixo e ela é considerada a árvore da sabedoria e representa também proteção – todos significados que eu gostei de associar com minha pobre ninfa.
Tendo decidido sobre o freixo, fui ler sobre outras árvores e me deparei com um artigo que falava sobre o freixo em conjunto com a bétula, observando que a bétula é ligada à limpeza e purificação e, ei, considerando a transformação da Ninfa, por que não?
Então, foi isso. Esperam que tenham gostado como eu do efeito final.
Ísis: Gostei do post sobre as duas árvores. :D
Dani: Muito legal! *.*
Dé: Olha, eu gostei bastante da sua história, Lu. Foi uma coisa bem poética, com o tema de estações e a parte do salvamento por parte do Senhor da Floresta.
Mas na minha cabeça, ninfas sempre me lembram rios e outros corpos d’água, não árvores. Estas, novamente, na minha cabeça, são ligadas às dríades... Claro, que ambas podem ser a mesma criatura, apenas de “raças” diferentes...
Lulu: Na verdade, conforme a mitologia, ninfas são todos os espíritos femininos ligados à natureza, uma espécie de divindades menores. A depender de a que objeto elas se ligam, são classificadas com outros nomes. Hamadríades são todas as que estão ligadas a árvores e dríades em especial associam-se com carvalhos. As ninfas da água salgada são nereidas e oceânidas, e náiades, se de água doce.
Ísis: Não tem como competir com essa louca em termos de mitologia... LOL
Lulu: Hehehe...
Dani: Boiando... - - *não sei de nada, só desenho*
Ísis: Eu amei o conto da Lu. A única coisa que me deixou com a pulga atrás da orelha nele foi que, num segundo ele olha todo possessivo, quase um alfa, querendo saber quem invadiu seus domínios. Entretanto, quase literalmente no segundo seguinte, ele quer proteger a ninfa, porque ela já tinha entrado em seu território (ou assim ele se justifica).
Lulu: Na minha cabeça, como Senhor da Floresta, ele é um guardião da vida. A primeira preocupação dele é, obviamente, que aquela presença estranha seja uma ameaça às outras criaturas que dependem dele. No momento em que ele descarta a ninfa como ameaça, então ela é um ser vivo e está sob a proteção dele. Dá para entender?
Ísis: Faz, e eu tava hipotetizando que fosse isso, mas... Mas, sério, Lu, muito bonito! Adorei a ideia da ninfa, adorei a simbologia das árvores (óbvio que essa parte só entendi quando li os comentários), adorei as passagens das estações (algumas mais de uma vez).
Lulu: Adoro brincar com esse tipo de simbologia... não é à toa que escrever pra mim sempre depende de tanta pesquisa...
Ísis: Isso explica alguma coisa (não muito, contudo)...
Dani: Há algo que você escreva sem pesquisa? - -“
Lulu: Hã...
Dé: Bom, ao contrário da Lu, eu tive problemas IMENSOS (Dani: Yes! >:D) em escrever desta vez. O tema nem é problema em si, já escrevi romance antes e não tive problemas. A questão foi unir tema à imagem! Uma moça em uma floresta morta e um sawsbuck (sim, eu chamarei o tal cervo apenas de “sawsbuck” neste QCuC) em uma floresta viva?
Foi aí que me veio MononokeHime na cabeça.
Lulu: Todo mundo se lembrou de Mononoke?
Ísis: Pretty much…
Dani: Eu não. Juro que quando desenhava não tinha nada a ver na minha mente...
Dé: O sawsbuck parece muito com o Senhor da Floresta deste filme, e foi aí que ele se tornou uma criatura especial, e a mulher também o fez. No meu caso, eles são simplesmente Vida e Morte.
Ambos são dois lados da mesma moeda, um não pode existir sem o outro. Assim sendo, ambos são amantes platônicos, pois ela não pode tocá-lo sem que seja o fim de TODA a vida. Com o fim da vida, não existe morte, então seria como um suicídio.
A relação deles surgiu no momento que a vida surgiu pela primeira vez, aonde quer que ela tenha surgido, e cada criatura viva era uma criação do sawsbuck em pessoa, e destinada à encontrar a mulher em algum momento. Quando ele percebeu isso, ele passou a espalhar a vida por toda parte, apenas para poder vê-la quando chegasse a hora.
Se vocês repararem nas tags que usei no conto, vocês verão que inclui “fim do mundo”, exatamente por isso. Para os amantes ficarem juntos, a dualidade vida/morte chega ao fim, dando fim à existência de toda a vida em todo o universo. O que foi exatamente o que aconteceu no final do conto.
Lulu: Eu gostei do conto, Dé. Aliás, eu sempre me surpreendo como você consegue dizer todo o necessário com tão poucas linhas – sim, porque de todo mundo aqui no Coruja, você é o menos prolixo da turma e eu acho isso uma qualidade admirável.
Dani: É a maldição do nosso reino.
Lulu: Engraçado que quando eles falam na questão do toque e de serem proibidos de se aproximar, o que me lembrei foi de O Feitiço de Áquila - que a Ísis também fez referência mais acima. Esse motivo dos ‘amantes separados, mas não separados’ é um favorito meu e já brinquei com ele em mais de uma história.
O mais triste da história é que eles não têm um futuro juntos – o momento em que eles afinal cedem um ao outro é também o fim de sua própria existência.
Ísis: Dé, adorei a ideia do seu - e muito -, mas o conto em si ficou meio corrido, achei eu. Não que contos sejam grandes e minutamente descritivos, mas tive a impressão de que faltava mais coesão ao texto, mas elementos de ligação. Pareceu muito uma descarga de ideias... mas a premissa tá massa!
E se bem que acho que não posso falar (digitar) nada a respeito disso, porque tenho a impressão que o meu ficou do mesmo jeito... ^.^'>
E alguém mais notou que (não recordo se pela primeira vez), todos nós usamos de divisões temporais? Hehehe...
Lulu: Acho que o desenho pede isso, não é? Que haja um avanço no tempo para que haja resolução na história – seja para explicar como chegamos no momento da ilustração, seja para identificar as consequências advindas daquele encontro. Não me parece o tipo de história possível de se contar numa única cena, num único tempo, num único dia.
Ísis: Acho que não é bem o desenho, mas o tema, não acha?
Bem, o meu, eu já sabia o que fazer acho que, no máximo, uma semana após ver o desenho. Comecei a escrever dentro de um mês, mas a tese e o estágio, depois a formatura e a abençoada visita de meus pais interromperam meus planos. Mas desde o início, queria fazer algo meio no estilo de Magic Knight Rayearth(CLAMP). Sempre gostei dessa ideia de que a terra está ligada ao bem-estar de alguém (normalmente é de monarcas, mas nem sempre).
Alguém pode me dizer se entenderam meu conto? Eu tentei fazer algo sem entrelinhas, mas não deu. Faz parte da minha escrita ter duplo sentido... >.>
Dani: Oxi... fez sentido pra mim. Aliás que ficou muito bom!
Lulu: Eu entendi e quando vi que sua referência tinha sido Rayearthfez todo o sentido do mundo pra mim (Dani: Também notei. E adorei!), Aliás, esse é um dos mangás do CLAMP que acho mais enganadores – tudo parece fofinho e colorido no começo e quando se chega na resolução, você tem um sistema de poder que leva a uma profunda tragédia e nada do que você acreditava ser verdade se revela real...
Ísis: Verdade. Acho esse mangá de lascar (no bom sentido, pelo excelente plot twist) por causa disso. Inclusive, já comecei uma história (fanfic de fanfic... foi engraçado fazer isso) usando ele como referência... Infelizmente nunca terminei, mas cheguei na metade...
Voltando ao meu conto, porém, basicamente, o Rei e a Rainha são responsáveis pela saúde das terras (O Rei, a fauna, e a Rainha, a flora). Se eles estiverem em boas condições, a natureza de seu território também, e vice-versa. Inicialmente, eu ia dizer que esse segredo (sim, é um segredo) do reino foi descoberto e os invasores começaram a envenenar as terras para enfraquecer o reino e depois invadir (eles estão presumindo que poderão consertar depois). Entretanto, resolvi deixar ambíguo (como muita coisa nesse conto ficou, inclusive se teve final feliz ou não) se foi um ato pré-pensado (bélico), ou consequências de ações impensadas.
Em resumo, a Rainha é a verdadeira herdeira, mas como não é possível manter a natureza apenas com um elemento (a flora) que ela representa, um consorte foi escolhido. Esse foi seu amigo - bem, mais que amigo, mas menos que um casal. Isso porque ela se apaixonou pelo cavaleiro que foi designado a protegê-los, mas não pôde fazer nada porque estava casada.
Lulu: Eu gostei dessa ambiguidade. Confesso que na minha primeira interpretação, esse envenenamento foi causado pela própria contradição de sentimentos da Rainha, mas acho que faz mais sentido que seja uma agressão externa. O fim me deixou com o coração partido, porque Ela dá a entender que independente do ângulo pelo qual se veja a história, não há realmente um final feliz – há apenas o melhor final possível, mas não um final feliz.
Ísis: Pois é. Pior é que tinha programado um final feliz... mas, chegando ao final, a história rumou pra tragédia... (Bem, como disse, dá pra ter um final feliz, mas eu só indiquei as peças do não tão feliz).
E, assim, no caso, os sentimentos da Rainha não influenciaram nesse caso, porque a união entre os dois é necessária para o sistema, mas não precisa que haja amor verdadeiro ou algo assim. Basta o que eles tinham, que era companheirismo. Foi uma das formas que achei para diferenciar de Rayearth.
Dani: Eu adorei a referência, mas achei o seu conto o mais triste. Dá uma agonia ficar observando o decorrer da história dos dois e esperando um final feliz quando nada parece levar a esse ponto. Não achei confuso, não. A história corre num ritmo muito bom, e dá uma vontade enorme de ler mais. Essa foi uma das histórias que me deixou com um gostinho de quero mais. Fiquei curiosa sobre os detalhes do reino.
O da Lu foi uma delícia de ler. Como sempre, me veio aquela sensação de algo épico. Quase como se fosse uma lenda. A passagem das estações foi genial! Fora que a referência com o Senhor da Floresta Lusmore me deixou cheia de saudades... *indo ler Forget-me-not de novo*
Agora, dessa fez foi o conto do Dé que mais se aproximou com a minha ideia original ao desenhar a imagem. A personificação da Vida e da Morte. Tanto que antes mesmo de sair do rascunho o desenho já tinha até nome: “Dança eterna”. Essa era a minha ideia desde o início, o eterno vai e vem da Vida e da Morte numa espécie de romance impossível. Embora na minha mente, ele dois não tivessem realmente personalidades ou sentimentos. Seriam apenas forças da natureza a se procurar eternamente. Por isso fiz ambos sem qualquer expressão.
Adorei o seu conto, Dé! A ideia do toque, a fascinação da Morte pela Vida, como eles pareciam mudar de aparência com o tempo... achei demais! No fim valeu a pena sofrer um pouquinho para escrever. ^^
Mas, seguindo em frente... Levei uma eternidade para conseguir fazer outro desenho. E esse nem é o primeiro. Já que o original acabou rasgando e tive de começar outro do zero (completamente diferente). Embora o tema que escolhi continue o mesmo desde a última rodada. E dessa vez, considerando a imagem, acho que peguei até leve demais com vocês: DRAMA.
Segue o desenho!
Divirtam-me!!
Dani: Mea culpa, mea culpa... - -“Podem me açoitar.
Dé: Sabe que eu também? Mas foram por motivos de força maior, então não havia muito que pudéssemos fazer.
Lulu: Enfim, vamos tratar do que interessa... falemos das histórias!
Quando primeiro vi a ilustração que a Dani tinha feito eu primeiro pensei “moleza”, aí vi o tema e murchei...
Ísis: KKKKKKKKKK!!!
Dani: Sempre a reação que procuro! XD
Lulu: Afinal, como é que eu ia conseguir juntar romance com uma ilustração como aquela? Se fosse fantasia, estava tudo tranquilo, mas com romance...
Dani: Quem disse que não podia ter fantasia no meio? Não tem nada nas regras que proíba mais de um tema... u__u
Lulu: Um não exclui o outro, mas o centro da história era o romance, não a fantasia, por isso minha dificuldade...
Dé: A primeira coisa que eu pensei quando vi a ilustração foi “Olha, um Sawsbuck!”. Não sabia que a Dani era fã de Pokémon. XD
Ísis: Mas que bicho cheio de paparicado!!!!
Lulu: Não era para ser 'penduricalho'? Paparicado é outra coisa...
Dani: Juro que nunca tinha visto mais gordo.
Lulu:...
Enfim, eu me sentei e fiquei a olhar para a imagem... e, para minha surpresa, não senti assim tanta dificuldade para me decidir na história... Isso porque ao olhar para a moça e o gamo, eu lembrei da Dama do Lago e o Senhor da Floresta de Forget-me-not e essa lembrança me fez colocar os dois personagens do desenho na mesma categoria de seres.
Ísis: O cervo me lembrou Mononoke-Hime, mas a situação lembrou-me o Forget-me-not e O Feitiço de Áquila.
Dani: Que saudades de Forget-me-not...
Lulu: Assim é que o gamo tornou-se um Senhor da Floresta como o Lusmore daquela outra história... e a moça se tornou uma ninfa – porque eu tinha estado recentemente encantada com as histórias do Charles de Lint. E aí tínhamos Por Estações.
Tendo decidido o que eram os personagens, tornou-se mais fácil pensar na história em si, inclusive para explicar o efeito que eles produzem no ambiente ao seu redor. Como eu queria escrever uma cena com inverno e sangue na neve (porque acho essa uma imagem bonita), decidi que ia dividir a história em cenas de acordo com as estações.
Em resumo, uma coisa foi puxando a outra e quando vi eu tinha conseguido costurar tudo exatamente como queria. E, vou dizer, não é sempre que termino uma história com total senso de satisfação para com ela, de dizer “consegui aqui exatamente o efeito que queria”.
Quebrar as cenas de forma episódica para cada estação também ajudou a não enrolar desnecessariamente, poupando assim minha terrível prolixidade...
Dani: Aliás que todos vocês fizeram algo parecido quanto a isso, não é? Achei até estranho enquanto lia os contos. Parecia até que vocês tinham sentado para escrever juntos. (O que seria completamente contras regras, que fique claro!)
Lulu: Juro que ninguém combinou nada antes!
O processo de escrita dessa vez foi mais intuitivo, como deu para perceber. A única coisa que parei para pesquisar foi sobre árvores. A Ninfa começa como um freixo porque o nome da árvore em inglês é ash, cinzas – e sua árvore é derrubada para fazer lenha, então...
Além disso, a mitologia nórdica diz que a Yggdrasil é um freixo e ela é considerada a árvore da sabedoria e representa também proteção – todos significados que eu gostei de associar com minha pobre ninfa.
Tendo decidido sobre o freixo, fui ler sobre outras árvores e me deparei com um artigo que falava sobre o freixo em conjunto com a bétula, observando que a bétula é ligada à limpeza e purificação e, ei, considerando a transformação da Ninfa, por que não?
Então, foi isso. Esperam que tenham gostado como eu do efeito final.
Ísis: Gostei do post sobre as duas árvores. :D
Dani: Muito legal! *.*
Dé: Olha, eu gostei bastante da sua história, Lu. Foi uma coisa bem poética, com o tema de estações e a parte do salvamento por parte do Senhor da Floresta.
Mas na minha cabeça, ninfas sempre me lembram rios e outros corpos d’água, não árvores. Estas, novamente, na minha cabeça, são ligadas às dríades... Claro, que ambas podem ser a mesma criatura, apenas de “raças” diferentes...
Lulu: Na verdade, conforme a mitologia, ninfas são todos os espíritos femininos ligados à natureza, uma espécie de divindades menores. A depender de a que objeto elas se ligam, são classificadas com outros nomes. Hamadríades são todas as que estão ligadas a árvores e dríades em especial associam-se com carvalhos. As ninfas da água salgada são nereidas e oceânidas, e náiades, se de água doce.
Ísis: Não tem como competir com essa louca em termos de mitologia... LOL
Lulu: Hehehe...
Dani: Boiando... - - *não sei de nada, só desenho*
Ísis: Eu amei o conto da Lu. A única coisa que me deixou com a pulga atrás da orelha nele foi que, num segundo ele olha todo possessivo, quase um alfa, querendo saber quem invadiu seus domínios. Entretanto, quase literalmente no segundo seguinte, ele quer proteger a ninfa, porque ela já tinha entrado em seu território (ou assim ele se justifica).
Lulu: Na minha cabeça, como Senhor da Floresta, ele é um guardião da vida. A primeira preocupação dele é, obviamente, que aquela presença estranha seja uma ameaça às outras criaturas que dependem dele. No momento em que ele descarta a ninfa como ameaça, então ela é um ser vivo e está sob a proteção dele. Dá para entender?
Ísis: Faz, e eu tava hipotetizando que fosse isso, mas... Mas, sério, Lu, muito bonito! Adorei a ideia da ninfa, adorei a simbologia das árvores (óbvio que essa parte só entendi quando li os comentários), adorei as passagens das estações (algumas mais de uma vez).
Lulu: Adoro brincar com esse tipo de simbologia... não é à toa que escrever pra mim sempre depende de tanta pesquisa...
Ísis: Isso explica alguma coisa (não muito, contudo)...
Dani: Há algo que você escreva sem pesquisa? - -“
Lulu: Hã...
Dé: Bom, ao contrário da Lu, eu tive problemas IMENSOS (Dani: Yes! >:D) em escrever desta vez. O tema nem é problema em si, já escrevi romance antes e não tive problemas. A questão foi unir tema à imagem! Uma moça em uma floresta morta e um sawsbuck (sim, eu chamarei o tal cervo apenas de “sawsbuck” neste QCuC) em uma floresta viva?
Foi aí que me veio MononokeHime na cabeça.
Lulu: Todo mundo se lembrou de Mononoke?
Ísis: Pretty much…
Dani: Eu não. Juro que quando desenhava não tinha nada a ver na minha mente...
Dé: O sawsbuck parece muito com o Senhor da Floresta deste filme, e foi aí que ele se tornou uma criatura especial, e a mulher também o fez. No meu caso, eles são simplesmente Vida e Morte.
Ambos são dois lados da mesma moeda, um não pode existir sem o outro. Assim sendo, ambos são amantes platônicos, pois ela não pode tocá-lo sem que seja o fim de TODA a vida. Com o fim da vida, não existe morte, então seria como um suicídio.
A relação deles surgiu no momento que a vida surgiu pela primeira vez, aonde quer que ela tenha surgido, e cada criatura viva era uma criação do sawsbuck em pessoa, e destinada à encontrar a mulher em algum momento. Quando ele percebeu isso, ele passou a espalhar a vida por toda parte, apenas para poder vê-la quando chegasse a hora.
Se vocês repararem nas tags que usei no conto, vocês verão que inclui “fim do mundo”, exatamente por isso. Para os amantes ficarem juntos, a dualidade vida/morte chega ao fim, dando fim à existência de toda a vida em todo o universo. O que foi exatamente o que aconteceu no final do conto.
Lulu: Eu gostei do conto, Dé. Aliás, eu sempre me surpreendo como você consegue dizer todo o necessário com tão poucas linhas – sim, porque de todo mundo aqui no Coruja, você é o menos prolixo da turma e eu acho isso uma qualidade admirável.
Dani: É a maldição do nosso reino.
Lulu: Engraçado que quando eles falam na questão do toque e de serem proibidos de se aproximar, o que me lembrei foi de O Feitiço de Áquila - que a Ísis também fez referência mais acima. Esse motivo dos ‘amantes separados, mas não separados’ é um favorito meu e já brinquei com ele em mais de uma história.
O mais triste da história é que eles não têm um futuro juntos – o momento em que eles afinal cedem um ao outro é também o fim de sua própria existência.
Ísis: Dé, adorei a ideia do seu - e muito -, mas o conto em si ficou meio corrido, achei eu. Não que contos sejam grandes e minutamente descritivos, mas tive a impressão de que faltava mais coesão ao texto, mas elementos de ligação. Pareceu muito uma descarga de ideias... mas a premissa tá massa!
E se bem que acho que não posso falar (digitar) nada a respeito disso, porque tenho a impressão que o meu ficou do mesmo jeito... ^.^'>
E alguém mais notou que (não recordo se pela primeira vez), todos nós usamos de divisões temporais? Hehehe...
Lulu: Acho que o desenho pede isso, não é? Que haja um avanço no tempo para que haja resolução na história – seja para explicar como chegamos no momento da ilustração, seja para identificar as consequências advindas daquele encontro. Não me parece o tipo de história possível de se contar numa única cena, num único tempo, num único dia.
Ísis: Acho que não é bem o desenho, mas o tema, não acha?
Bem, o meu, eu já sabia o que fazer acho que, no máximo, uma semana após ver o desenho. Comecei a escrever dentro de um mês, mas a tese e o estágio, depois a formatura e a abençoada visita de meus pais interromperam meus planos. Mas desde o início, queria fazer algo meio no estilo de Magic Knight Rayearth(CLAMP). Sempre gostei dessa ideia de que a terra está ligada ao bem-estar de alguém (normalmente é de monarcas, mas nem sempre).
Alguém pode me dizer se entenderam meu conto? Eu tentei fazer algo sem entrelinhas, mas não deu. Faz parte da minha escrita ter duplo sentido... >.>
Dani: Oxi... fez sentido pra mim. Aliás que ficou muito bom!
Lulu: Eu entendi e quando vi que sua referência tinha sido Rayearthfez todo o sentido do mundo pra mim (Dani: Também notei. E adorei!), Aliás, esse é um dos mangás do CLAMP que acho mais enganadores – tudo parece fofinho e colorido no começo e quando se chega na resolução, você tem um sistema de poder que leva a uma profunda tragédia e nada do que você acreditava ser verdade se revela real...
Ísis: Verdade. Acho esse mangá de lascar (no bom sentido, pelo excelente plot twist) por causa disso. Inclusive, já comecei uma história (fanfic de fanfic... foi engraçado fazer isso) usando ele como referência... Infelizmente nunca terminei, mas cheguei na metade...
Voltando ao meu conto, porém, basicamente, o Rei e a Rainha são responsáveis pela saúde das terras (O Rei, a fauna, e a Rainha, a flora). Se eles estiverem em boas condições, a natureza de seu território também, e vice-versa. Inicialmente, eu ia dizer que esse segredo (sim, é um segredo) do reino foi descoberto e os invasores começaram a envenenar as terras para enfraquecer o reino e depois invadir (eles estão presumindo que poderão consertar depois). Entretanto, resolvi deixar ambíguo (como muita coisa nesse conto ficou, inclusive se teve final feliz ou não) se foi um ato pré-pensado (bélico), ou consequências de ações impensadas.
Em resumo, a Rainha é a verdadeira herdeira, mas como não é possível manter a natureza apenas com um elemento (a flora) que ela representa, um consorte foi escolhido. Esse foi seu amigo - bem, mais que amigo, mas menos que um casal. Isso porque ela se apaixonou pelo cavaleiro que foi designado a protegê-los, mas não pôde fazer nada porque estava casada.
Lulu: Eu gostei dessa ambiguidade. Confesso que na minha primeira interpretação, esse envenenamento foi causado pela própria contradição de sentimentos da Rainha, mas acho que faz mais sentido que seja uma agressão externa. O fim me deixou com o coração partido, porque Ela dá a entender que independente do ângulo pelo qual se veja a história, não há realmente um final feliz – há apenas o melhor final possível, mas não um final feliz.
Ísis: Pois é. Pior é que tinha programado um final feliz... mas, chegando ao final, a história rumou pra tragédia... (Bem, como disse, dá pra ter um final feliz, mas eu só indiquei as peças do não tão feliz).
E, assim, no caso, os sentimentos da Rainha não influenciaram nesse caso, porque a união entre os dois é necessária para o sistema, mas não precisa que haja amor verdadeiro ou algo assim. Basta o que eles tinham, que era companheirismo. Foi uma das formas que achei para diferenciar de Rayearth.
Dani: Eu adorei a referência, mas achei o seu conto o mais triste. Dá uma agonia ficar observando o decorrer da história dos dois e esperando um final feliz quando nada parece levar a esse ponto. Não achei confuso, não. A história corre num ritmo muito bom, e dá uma vontade enorme de ler mais. Essa foi uma das histórias que me deixou com um gostinho de quero mais. Fiquei curiosa sobre os detalhes do reino.
O da Lu foi uma delícia de ler. Como sempre, me veio aquela sensação de algo épico. Quase como se fosse uma lenda. A passagem das estações foi genial! Fora que a referência com o Senhor da Floresta Lusmore me deixou cheia de saudades... *indo ler Forget-me-not de novo*
Agora, dessa fez foi o conto do Dé que mais se aproximou com a minha ideia original ao desenhar a imagem. A personificação da Vida e da Morte. Tanto que antes mesmo de sair do rascunho o desenho já tinha até nome: “Dança eterna”. Essa era a minha ideia desde o início, o eterno vai e vem da Vida e da Morte numa espécie de romance impossível. Embora na minha mente, ele dois não tivessem realmente personalidades ou sentimentos. Seriam apenas forças da natureza a se procurar eternamente. Por isso fiz ambos sem qualquer expressão.
Adorei o seu conto, Dé! A ideia do toque, a fascinação da Morte pela Vida, como eles pareciam mudar de aparência com o tempo... achei demais! No fim valeu a pena sofrer um pouquinho para escrever. ^^
Mas, seguindo em frente... Levei uma eternidade para conseguir fazer outro desenho. E esse nem é o primeiro. Já que o original acabou rasgando e tive de começar outro do zero (completamente diferente). Embora o tema que escolhi continue o mesmo desde a última rodada. E dessa vez, considerando a imagem, acho que peguei até leve demais com vocês: DRAMA.
Segue o desenho!
Divirtam-me!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sobre
Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário