24 de dezembro de 2010

Na sua estante: little glimpses of Christmas times





#042: Little Glimpses of Christmas Times
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Sofia sorriu, enquanto terminava de arrumar os últimos bonecos sobre a mesa de canto. Tinha sido um pouco difícil no começo, desenterrar a coleção de Quebra-Nozes que pertencera à sua mãe – entre as recordações, a poeira e o desgaste que os anos tinham provocado sobre os enfeites, a tarefa fora um bocado cansativa.

Mas agora que podia ver o resultado de seus esforços (alguns com tinta ainda fresca), ela sabia que fizera a coisa certa.

Pela primeira vez em anos, eles comemorariam o Natal como deveria ser comemorado: com enfeites e luzes e a memória da mãe como mais que um fantasma a ser lamentado, mas uma memória a ser conservada com alegria e ternura.


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Arquimedes parou ao lado de Penélope na varanda, entregando a ela uma nova taça de vinho.

Ela suspirou.

- Isso seria bem mais fácil se Dona Roberta e suas tias não ficassem nos observando como águias o tempo todo.

O homem sorriu.

- Fique grata que elas ainda não tenham começado a fazer perguntas...


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Luís suspirou ligeiramente ao conseguir por fim escapar da ruidosa e alegre turba familiar que se congregava na sala de estar do casarão dos avós.

Dois inteiros meses enfiado dentro do mato. Sem internet, sem celular, sem cinema, sem shopping, sem televisão a cabo. Na verdade, a considerar o estado da quase centenária televisão da sala, ele talvez devesse dizer sem televisão alguma.

Não que lhe fosse fazer algum bem uma TV que só pegava o canal do gado.

Ah, civilização... como ele sentia falta dela...


~*~*~*~

Foi o cheiro que o acordou, fazendo sua barriga roncar de forma quase dolorosa. Ele piscou os olhos por antes instantes, para então rolar da cama, passando rapidamente pelo banheiro para lavar a cara amassada, antes de ir para a cozinha, seguindo o aroma de canela.

Na cozinha, Bia terminava de colocar a mesa, enquanto a mãe lançava dardos com o olhar na nuca do pai, que assoviava tranquilamente uma canção natalina ao mesmo tempo em que virava as rabanadas na frigideira.

- Bom dia. – ele lançou seu melhor sorriso a todos os presentes antes de se voltar à mãe – A senhora tentou cozinhar de novo?

- É inteiramente improvável que eu incendeie a casa fazendo torradas, mas é claro que seu pai, sendo obsessivo e controlador, não deixou.

- Eu amo você também, querida. – o pai respondeu com um sorriso bem-humorado.

Ela apenas cruzou os braços, fazendo uma careta.

André sorriu. De mais a mais, uma cena inteiramente familiar quando estavam todos reunidos na manhã de Natal.

Era bom estar em casa...

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A Coruja


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