11 de março de 2011
Na sua estante: embriaguez
#054: Embriaguez
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Ela não deixou que ele respondesse, segurando-o pelas mangas da fantasia – ironicamente, uma túnica angélica, como direito a asas e auréolas – colando os lábios aos dele. Podia sentir o gosto da vodca barata que ele estivera dividindo com os amigos por toda a tarde.
Não, é claro, que ela estivesse em melhores condições. Estivera bebendo sistematicamente desde que Marcos dera seu ultimato.
André quase tropeçou sobre as sapatilhas dela quando Mariana começou a arrastá-lo consigo em direção ao quarto. Ela soltou um gemido ao bater com a cabeça contra a parede, alto o suficiente para despertar até mesmo o rapaz de seu torpor alcoólico.
- Mari? – ele perguntou, piscando os olhos.
Uma pequena centelha de percepção passou pelos olhos escuros dele. Alguma coisa estava errada. André tentou forçar a mente nublada – havia alguma coisa que eles precisavam conversar... alguém fora embora... ele descobrira... podiam ficar juntos...
- Mari, eu... – ele tentou uma segunda vez desde que tinham chegado ao apartamento.
Ela balançou a cabeça, antes de se colocar na ponta dos pés e voltar a beijá-lo, mergulhando qualquer possível menção de sanidade no esquecimento.
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A Coruja
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