2 de abril de 2016

Desafio Corujesco 2016 - Um Livro com Título Bem Longo || Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo

De minha parte, fico preparando uma lista mental de violações às quais me sujeitaria antes de permitir que alguém me içasse de bunda para cima a uma altura enorme e me sacudisse lá no alto como se eu fosse um bife voador.
Fui atrás desse livro por indicação de um leitor do blog, que me fez a propaganda comparando-o ao Terry Pratchett. Não tinha como eu resistir a uma analogia como essa, não é verdade? Fora que o título estava sob medida para meu tema de abril no Desafio Corujesco.

Comecei a lê-lo de noite, num dia em que estourou o gerador do meu prédio e ficamos sem energia por quase o dia todo. Só não o terminei no ato porque, para meu azar, tinha esquecido de carregar a bateria do tablet e de repente, não mais que de repente tudo se desligou e eu fiquei no escuro.

A energia voltou pouco antes das onze, deixei tudo que tinha de carregar carregando e fui dormir. No dia seguinte, acordei antes das seis porque precisava continuar a ler esse livro.

Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo apresenta uma série de ensaios do David Wallace com temas dos mais variados - de viagens que ele cobriu como jornalista, a partidas de tênis, há um pouco de tudo. Alguns são extraordinariamente bem humorados, mesmo quando o autor se encontra em grandes apuros, outros chegam a ser poéticos em suas reflexões.

Foi muito fácil me identificar com o autor e me colocar nas situações pelas quais ele passa - Wallace não hesita em tirar sarro de si mesmo quando a ocasião é propícia, e tampouco se esquiva de temas espinhos ou de análise crítica. Talvez exatamente por isso eu tenha sentido tão compulsivamente a necessidade de continuar lendo a despeito das dificuldades que foram ocorrendo por causa da falta de energia: esse não é um livro que você possa deixar inacabado.
Desespero é uma palavra que foi desgastada até se tornar banal, mas é uma palavra séria e estou usando-a com seriedade. Para mim, ela denota uma mistura simples — um estranho anseio pela morte combinado com um sentimento esmagador da minha pequenez e da minha futilidade, que se apresenta como um medo da morte. Talvez seja algo próximo daquilo que as pessoas chamam de pavor ou angústia. Mas é bem outra coisa. É como desejar morrer para escapar da sensação insuportável de compreender que sou pequeno e fraco e egoísta e que sem a menor dúvida vou morrer. É querer se atirar do navio.
Por sorte, sendo um volume de ensaios, dá para ler um capítulo, parar, organizar e digerir o que leu antes de partir para o próximo e ficar completamente preso na prosa de Wallace de novo.

Eu agradeço muito a recomendação que recebi para buscar esse título. Agora, o que posso fazer é passar a febre adiante. Leiam também e venham depois me dizer o que acharam, ok?

Nota:
(de 1 a 5, sendo: 1 – Não Gostei; 2 – Mais ou Menos; 3 – Gostei; 4 – Gostei muito; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo
Autor: David Wallace
Tradução: Daniel Galera e Daniel Pellizzari
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2012

Onde Comprar

Amazon || Cultura || Saraiva


A Coruja


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Um comentário:

  1. hum... fiquei interessada! vou procurar para ler também!
    Dentro desse tema eu li dois livros, um de tirinhas e outro sério:
    http://leiturasdelaura.blogspot.com.br/2016/05/zen-e-arte-da-manutencao-de-motocicletas.html
    http://leiturasdelaura.blogspot.com.br/2016/04/how-to-tell-if-your-cat-is-plotting-to.html

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