14 de agosto de 2014

Para ler: Ragnarök

Não existem altares para Loki, não há lápides, não havia culto dedicado a ele. Nos mitos, ele era o terceiro do trio, Odin, Höni, Loki. Nos mitos, o mais importante é o primeiro dos três. Mas, nos contos de fadas e no folclore em que esses três deuses também representam seus papéis, a regra de três é diferente: o personagem importante é o terceiro, o filho mais novo, Loki.

Ele tinha mulher em Asgard, Sigyn, que o amava, e dois filhos, Wali e Narwi.

Mas era um forasteiro, e com carência de desordem.
Eu descobri A. S. Byatt por causa de Possessão - não porque já tenha lido o livro (que está na minha lista de futuras próximas leituras) – mas por causa do filme com Gwyneth Paltrow, de que gostei muito. O caso é que me interessei pela autora, li um pouco sobre a obra dela, coloquei-a na lista de “tenho de ler” e fui adiante.

Aí ano passado, com o Dé me buzinando para falar sobre histórias da mitologia nórdica, fui procurar alguma bibliografia no assunto que eu já não tivesse e me deparei com esse título, que tinha sido recém-lançado em português. Não preciso nem dizer o que aconteceu, não é verdade?

Ragnarök não é exatamente um compêndio de mitos, ou mesmo um romance baseado em algum deles. Em vez disso, é um exercício de memória, histórias filtradas através das lembranças de ‘uma menina estranha e magra’ que fugia para os livros enquanto a guerra acontecia a um só tempo, muito longe e muito perto.

Para quem se interessa por mitologia ou por entender de onde vêm Thor e Loki dos filmes da Marvel (porque conheço um bocado de gente que começou a demonstrar interesse depois dos filmes), é também um bom volume de introdução.

É um livro em parte autobiografia, em parte sonho. É, sobretudo, uma história sobre histórias, sobre o papel, o poder que essas histórias têm sobre nós. Leitura rápida, que se faz em uma tarde. É um livro simples, sem grandes pretensões, mas muito gostoso de ler. Eu aprovo.


A Coruja


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