17 de abril de 2014

Para ler: Timeless

Escoceses, ela tivera ocasião de observar, frequentemente tinham joelhos agradáveis. Talvez fosse por isso que eles insistissem nos kilts.
E chegamos enfim ao último volume do Protetorado das Sombrinhas e, céus, devo dizer... que livro. Esse foi um daqueles volumes que uma vez que você começa a ler, é difícil fechá-lo, mesmo que seja para necessidades básicas como comer, ir ao banheiro ou dormir.

Posso dizer isso porque eu virei uma noite para conseguir chegar ao final. E isso sem crise de insônia – eu estava morrendo de sono, com os olhos até ardendo, e a cada capítulo que começava dizia para mim mesma “só mais esse, só mais esse” e assim foi até uma da manhã e a última das quatrocentas e tantas páginas do volume.

Que atire a primeira pedra quem nunca fez o mesmo. Sim, Dé, estou falando com você, que me passou uma descompostura quando confessei minhas prioridades no dia em que terminei de ler Timeless.

Em todo caso... Timeless começa alguns anos após o término de Heartless. A vida parece estranhamente tranquila para Alexia – descontando o fato de que (1) ela está morando no terceiro melhor closet de Lorde Akeldama, que adotou sua filha, Prudence, para impedir que os outros vampiros a matassem; e (2) ela é esposa do Alpha dos primeiros lobisomens urbanos em Londres, o que significa para além de cuidar de Lorde Maccon, ela também tem de lidar com os pequenos dramas que envolvem o dia-a-dia do resto da matilha.

E vou dizer, quanto drama...

Timeless revela novos pares (e vou dizer que eu já estava adivinhando o que ia acontecer com esses dois desde que o Biffy foi primeiro transformado...), novos conflitos, traz à tona revelações importantes e termina numa nota agridoce, mas perfeita para esse livro.

Mais interessante talvez seja a fluidez de gênero e relações que existe em todos os livros. A despeito da época em que a história se passa – pelo que eu me lembro, os vitorianos eram ridiculamente reprimidos – existe uma naturalidade e uma aceitação que eu não me lembro de ter encontrado em nenhum outro livro voltado para o público alvo da série (é um young adult com foco no público feminino). E sim, há personagens incrivelmente caricaturais, como Lorde Akeldama (embora o exagero dele possa ser justificado como uma forma de jogar fumaça e espelhos nos olhos do resto da sociedade), mas você tem Madame Lefoux e o Professor Lyall e o próprio pai da Alexia – todos eles personagens inteligentes, capazes e admirados e/ou temidos por aqueles que estão à sua volta.

Eu aplaudo a maneira como Carriger conduziu toda a série. Os personagens – absolutamente TODO o elenco de personagens e não apenas os protagonistas – são carismáticos e têm seus momentos de destaque. Nenhum dos livros é desnecessário, é mera enrolação de lingüiça (exceto talvez pelo segundo, que menos que enrolação, é mais um volume de transição). Há seus altos e baixos, mas no geral, o resultado é mais que agradável. Eu certamente não me importaria em ler mais nesse universo, em ver Conall e Alexia no Egito, ou o reencontro de Biffy e do Professor.

Acho que vou procurar fanfics agora que a série acabou...

Eu nunca ‘fofoco’. Eu observo. E, em seguida, transmito minhas observações para praticamente todo mundo.


A Coruja


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