31 de dezembro de 2013

Retrospectiva Literária 2013


Eu participo da Retrospectiva Literária do Pensamento Tangencial desde a primeira edição, em 2010 e, obviamente, não poderia deixar de repetir a dose esse ano, não é verdade? Fazer a retrospectiva é uma boa para descobrir se consegui cumprir minhas metas do ano passado e para me programar para o ano que vem.

Fora que eu adoro listas, então... vamos a elas!

A aventura que me tirou o fôlego:
Sem sombra de dúvidas, O Jogo do Exterminador, de Orson Scott Card. Passei o livro todo vidrada, a história é fascinante, muito bem construída, os dilemas morais apresentados são fantásticos e o final quase me fez cair da cadeira. É curioso que o autor seja um maluco preconceituoso, porque os personagens da história – ao menos, desse primeiro livro, já que se trata de uma série – são extraordinariamente tolerantes.

O terror que me deixou sem dormir:
Eu não costumo ler terror, não é exatamente meu gênero favorito, especialmente a se considerar que sou impressionável o suficiente para terminar tendo pesadelos de fato. Mas, enfim, tem O Oceano no Fim do Caminho, do Neil Gaiman, que se não me deixou sem dormir, ao menos me provocou arrepios .

O suspense mais eletrizante:
O Vendedor de Armas, de Hugh Laurie. Estava há tempos com esse livro para ler e finalmente consegui dar conta dele esse ano. Fiquei vidrada na história, quando você pensa que vai se recuperar de uma cena, no ato seguinte já há outro esquema para te deixar com a cabeça girando.

O romance que me fez suspirar:
Não li tantos romances esse ano, curiosamente. Olhando minha lista de leituras de 2013, descobri que esse foi o ano em que li mais livros de não ficção, em especial ensaios e crítica literária. Mas houve um romance que me fez suspirar sim, não apenas porque a história é excelente, mas pela nostalgia que ler esse livro me provocou: O Feitiço de Áquila, de Joan D. Vinge, inspirado no filme que passava incansavelmente na Sessão da Tarde nos meus tempos de menina.

A saga que me conquistou:
A série Protetorado das Sombrinhas de Gail Carriger. Muito, muito divertido, personagens super carismáticos e nenhum dos livros é dispensável – cada um está lá para contar uma boa história e não simplesmente repetir mais do mesmo para enrolar os fãs. O último livro da saga, em especial, é épico.

O clássico que me marcou:
Eu não li tantos clássicos esse ano, mas reli vários – e sim, há uma diferença marcante entre ler e reler um livro: releituras de clássicos normalmente te fazem encontrar coisas novas que você não percebeu na primeira leitura, pensar em outras interpretações. Esse ano fiz a releitura de três clássicos de Austen - Orgulho e Preconceito, A Abadia de Northanger e Persuasão - e todas essas releituras foram seguidas de intensos debates que me fizeram repensar algumas ideias.

Mas criei um carinho especial por A Abadia de Northanger e sua extraordinária defesa dos romances, de forma que vou indicá-lo nessa categoria.

O livro que me fez refletir:
Palavra por Palavra, de Anne Lamott. Foi um dos livros que li agora no final do ano e seu subtítulo é perfeito: ‘instruções sobre escrever e viver’. Identifiquei-me com muitas passagens do livro e ele me fez parar para refletir e também para assumir alguns desafios.

O livro que me fez rir:
Ex-Libris: Confissões de uma Leitora Comum, de Anne Fadiman. O livro é muito divertido e eu rolava de rir com certas situações – especialmente aquelas envolvendo a família Fadiman. Foi outro volume de histórias reais com que me identifiquei enormemente. Um dos melhores livro que li esse ano.

O livro que me fez chorar:
Sou ridiculamente fácil pra chorar. Mas um que me fez abrir as comportas com força foi A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery.

O livro de fantasia que me encantou:
The Dragons of Winter, de James Owen, penúltimo volume da saga As Crônicas da Imaginarium Geographica. Já estou com o último volume aqui em casa e pretendo começá-lo ainda em janeiro – mal posso esperar para ver como ele vai conseguir fechar tudo o que criou nos volumes anteriores.

O livro que me decepcionou:
As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky. O filme pode ser excelente, mais o livro deixa muito a desejar. É cansativo, chato, repetitivo, tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e acaba que nada é de fato bem desenvolvido.

O livro que me surpreendeu:
Sangue Quente, de Isaac Marion. Eu não dava nada nem pelo filme nem pelo livro. Fui assistir o filme porque ganhei os ingressos e diverti-me imensamente. O livro ganhou uma votação do Clube do Livro e foi um dos debates mais legais desse ano. Não é uma história que vai mudar minha vida, mais foi uma leitura não apenas divertida, como também rendeu algumas considerações bem pertinentes.

O thriller psicológico que me arrepiou:
Nosso Homem em Havana, de Graham Greene. A trama é absurda, mas essa é tanto a graça quanto o motivo pelo qual passamos grande parte do tempo com o fôlego suspenso, esperando que os esquemas do protagonista sejam descobertos. E quando as mentiras dele começam a se tornar realidade? É para ficar completamente tonto...

O livro mais criativo:
Hyperbole and a Half, de Allie Brosh. Eu não sei exatamente como classificar esse livro – uma graphic novel ou um romance ilustrado? O fato é que as histórias contadas aqui, absurdas, hilariantes e reais, casam muito bem com as ilustrações que parecem ter sido feitas por uma criança de dez anos no Paint. O livro é insanamente divertido (destaque para o insanamente).

O melhor HQ:
Sinal e Ruído, do Neil Gaiman. Não foi apenas a melhor HQ, como também uma das melhores histórias que li esse ano.

O infanto-juvenil que se superou:
O divertido Fortunately, the Milk, do Neil Gaiman (quantas vezes o Gaiman vai aparecer nessa lista?)

O livro que mudou a minha forma de ver o mundo:
A Elegância do Ouriço, sem duvida.

A capa mais bonita:
Eu fiquei absolutamente encantada com todo o projeto gráfico por trás de A Última Canção de Bilbo, do Tolkien. Minha edição é a de capa dura, mas a capa brochura também é muito bonita.

A frase que não saiu da minha cabeça:
“Acredite no seu coração, e acredite na sua história”, no livro Instruções, do Neil Gaiman. Esse é um dos livros mais lindos do Gaiman, na minha opinião e muitas vezes sinto que ele está falando diretamente para mim. Essa frase, em especial, combinada às ilustrações do livro, sempre me deixou num estado de alegria melancólica. É uma frase que eu gostaria de pendurar bem em cima da minha mesa, para olhar todo dia.

O(a) personagem do ano:
Fermín, de A Sombra do Vento, do Carlos Ruiz Zafón. Fermín não apenas me divertiu muito, como me despertou a compaixão – é um personagem rico, complexo, fascinante. Em termos de comparação com a literatura brasileira, ele me fez pensar muito no João Grilo de Ariano Suassuna.

O casal perfeito:
Lady Alexia e Lorde Maccon, da série Protetorado das Sombrinhas. Eles são perfeitos, feitos sob medida um para o outro – gosto da forma como eles se sentem confortáveis um com o outro, como eles se conhecem o suficiente para prever o que o outro vai fazer ou dizer e mesmo dos duelos verbais em que por vezes se digladiam. Gosto especialmente do respeito que ele tem por ela, embora em pelo menos um momento ele não tenha sido assim tão perfeito...

O(a) autor(a) revelação:
Acreditem se quiser, mas a revelação para mim esse ano foi o ex-primeiro-ministro inglês, Winston Churchill. Li o primeiro volume dele de Memórias da Segunda Guerra Mundial e não esperava nem um pouco o quanto gostei do estilo dele, elegante e direto ao ponto. Estou ansiosa para ler o segundo volume.

O melhor livro nacional:
Neon Azul, de Eric Novello. Foi uma muito agradável surpresa – o livro é bem escrito, as histórias que se cruzam e entrecruzam são bem urdidas, bem pensadas. Gostei muito.

O melhor livro que li em 2013:
A Elegância do Ouriço. Aliás, curiosamente, esse livro entrou na minha lista por que a vi na lista da Angélica, do próprio Pensamento Tangencial. Consegui-o emprestado, devorei-o e depois fiquei cobiçando-o para minha própria estante – porque esse é um livro para se ler e reler. Finalmente, achei-o disponível para troca e não tive dúvidas! Solicitei ele para mim.

Mais cedo ou mais tarde, ele vai ser um livro que acabarei por reler.

Li em 2013 ...... livros.
Foram 136 livros em 2013.

A minha meta literária para 2014 é:
Ler o máximo possível do que já tenho na estante, motivo pelo qual pensei no meu próprio Desafio Corujesco. Continuar dando prioridade a trocas em vez de compras de livros.


A Coruja


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6 comentários:

  1. Ai, ai, ai, mais um monte de livro na minha lista, por que eu leio essas coisas?

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    1. IDEM XD
      já prometi pra mim mesma: vou parar de ler as coisas que a Lu escreve. quem disse que consigo?

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    2. Mas aí, se vocês não lêem e não comentam, quem é que vai me deixar feliz? Eu vou entrar em depressão e aí vou parar de escrever e sumir no mundo e chorar e chorar e chorar...

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  2. Adorei sua lista e concordo com muitas opiniões.
    A Elegância do Ouriço também marcou e fez chorar, mas histórias de meninas e velhinhas sempre me fazem chorar.
    Também me surpreendi com o Sangue Quente, pois busquei uma leitura boboca e encontrei mais que isso.
    Sou fã do Ruiz Zafon e de seus personagens. O Fermín é fofo e ele aparece em outras histórias
    Ganhei de natal todos os infanto-juvenis do Gaiman e as ilustrações do Fortunately the Milk me fizeram suspirar assim como a história, imaginei algo que contaria para um filho.
    Vi os filme das Vantagens de Ser Invisível mas teu post me deixou curiosa sobre o livro.
    Li o primeiro das Crônicas da Imaginarium Geographica e ainda não li os outros, fiquei curiosa.
    Recomendo outro presente que ganhei de natal: As Crônicas de Spiderwick, são rápidos e divertem, dá vontade de procurar as fadas no jardim.

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    1. Já me falaram antes de Spiderwick, vou colocá-lo depois na lista ;) Obrigada pela recomendação!

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  3. Estive com "A elegância do ouriço" nas mãos em uma livraria semana passada e não acredito que não comprei. E agora, depois de ler seu post, fiquei com mais vontade ainda de lê-lo. Vou ter que resolver isso logo hehe

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