4 de abril de 2013

Projeto Pratchett: The Long Earth

"Look at the trolls. Yes, the trolls are friendly and helpful, and I would not wish any harm to come to them. They are happy, and I could envy that. But they don’t build, they do not make, they take the world for what it is. Humans start with the world as how it is and try to make it different. And that’s what makes them interesting."
Vou começar de cara essa resenha já dizendo que não gostei de The Long Earth. Exceto por um ou outro aceno que um determinado nome ou citação me faziam, eu não consegui reconhecer Pratchett no estilo do livro.

É uma pena, porque The Long Earth brinca com um conceito de que gosto muito: a idéia de existirem várias dimensões sobrepostas, vários mundos que se parecem com o nosso mas que se desviam do que conhecemos de acordo com as inúmeras possibilidades possíveis.

Só que a impressão que tive – que talvez se derive do fato de que esse não é um volume fechado, mas haverá uma continuação – é que esses mundos estão lá simplesmente por estar. Muitos são mundos vazios, que existem apenas para serem colonizados ou algo parecido.

Tudo começa quando em algum futuro próximo, a humanidade, através de um bizarro aparelho chamado ‘stepper’, cuja fonte de energia é uma batata (olá, Doc. Brown!), passa a ser capaz de, um passo de cada vez, avançar para outros mundos em outras dimensões.

A princípio, tal tipo de possibilidade é questionada – começa com crianças sumindo misteriosamente (Flautista de Hamelin, alguém?), avança para crimes impossíveis tornando-se perfeitamente possíveis e complica-se numa enxurrada de questões legais, como soberania, cidadania e jurisdição.

Aos poucos, contudo, a coisa se torna algo como uma nova ‘corrida do ouro’; o mundo deixa de ser algo contido em mapas, e pessoas partem, largando tudo para trás, dispostas a desbravar essas novas terras.

A melhor parte do livro, para mim, são os capítulos em que acompanhamos Joshua e Lobsang para muito além dos mundos já contabilizados (centenas de milhares, milhões, bilhões, quem poderá dizer? Quem viverá o suficiente para alcançar o limite?) em busca de informações. Tudo aconteceu rápido demais e não existem previsões do impacto, do futuro da humanidade nesse contexto.

Só que nem todos são capazes de dar um passo deste para outro mundo – com ou sem a ajuda de um stepper – para ir além do ‘marco zero’, a Datum Earth, como é chamada. Não se sabe explicar o porquê desse ‘defeito’ e claro que mais cedo ou mais tarde tal tipo de separação vai gerar problemas.

E é aí que as coisas desandam. A forma que os grupos anti-stepper escolhem para protestar por estarem sendo deixados para trás – e deixados para trás com uma economia em frangalhos, sem oportunidades ou horizontes (uma vez que todos estão procurando essas oportunidades longe dali e abandonando tudo e todos que possam refreá-los) – simplesmente não faz sentido. Quem ler entenderá do que estou falando.

Sinceramente, não sei se me animo a ler a continuação. Não posso realmente dizer que este é um livro de Terry Pratchett, sendo que o amor pelo estilo do homem de chapéu foi o principal motivo por tê-lo buscado. É uma pena, porque em sua essência, a idéia é francamente genial.

Vejamos o que o tempo dirá...


A Coruja


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