2 de junho de 2012

Gazeta de Longbourn Apresenta: Confessions of a Jane Austen Addict/Rude Awakenings of a Jane Austen Addict

“I do not know how I have come to be in this time, in this place, in this body. But I do know that any place where there are six novels by the author of Pride and Prejudice must be a very special sort of heaven.”
Ao início de Confessions of a Jane Austen Addict, após terminar o compromisso com o noivo que a traía, seguida de uma concussão e um porre de vodca, Courtney Stone acorda num quarto que não lhe pertence. Pior: ela também está num corpo que não lhe pertence. Aparentemente, o álcool estava vencido ou talvez a batida na cabeça tenha sido mais forte do que ela imaginara, porque repentinamente Courtney era Jane Mansfield, vivendo numa mansão no interior da Inglaterra à época da publicação de Orgulho e Preconceito.

A princípio, Courtney acredita que está vivendo algum sonho – ou pesadelo, a depender do ponto de vista. Pouco a pouco, contudo, ela percebe que não, ela não está dormindo e sim, ela viajou no tempo, trocou de corpo e está vivendo a vida de outra pessoa, num cenário que em tudo lembra seus romances favoritos – com direito inclusive a mães manipuladoras, cavalheiros misteriosos de casaca e estadias em Bath.

Só que o passado não é apenas flores. Acostumada às facilidades da vida moderna, Courtney se vê às voltas com costumes e situações impensáveis em sua Los Angeles original – a falta de água encanada, a mania dos médicos de sangrarem seus pacientes, a etiqueta sufocante.

Viver na Inglaterra dos romances de Austen não é nada fácil. Especialmente quando você tem um Mr. Edgeworth para confundi-la ainda mais e começa a ter memórias de uma vida que não é bem a sua.

Mas não basta ver como Courtney se vira para se adaptar à vida que teoricamente, era a de seus sonhos – especialmente depois de ter o coração partido pelo noivo mau-caráter. Afinal, o que aconteceu com a verdadeira Jane Mansfield?

A resposta vem em Rude Awakenings of a Jane Austen Addict.

Enquanto Courtney foi parar no período da Regência, Jane está em seu corpo, em sua vida e, a depender das amigas, prestes a ser forçada a entrar na terapia. A salvação de Jane é Wes, melhor amigo de Frank (o ex-noivo), que no final das contas se revela apaixonado pela mocinha.

Nessa confusão de identidades, memórias, passado e presente, o que mais me divertiu foi ver como Courtney e Jane iam se adaptando à realidade em que tinham caído, acostumando-se pouco a pouco com um ritmo de vida que era completamente diferente para cada uma delas.

As duas viviam profundamente insatisfeitas com suas vidas, com suas aspirações, consigo mesmas. Esse talvez tenha sido um dos poucos pontos que me irritou nas duas histórias – eu acho que após passarem pela troca, elas deveriam ter enfrentado cada uma seus próprios problemas e não simplesmente ‘deletarem’ uma vida passada e todas experiências que as moldaram ao longo da vida.

Mas se filosoficamente não concordo com a forma como elas terminam, isso não me tirou o prazer da leitura dos dois livros. Divertidos e inteiramente familiares para todos os fãs de Austen – vocês certamente serão capazes de encontrar muitas passagens que revisitam os temas habituais de nossa autora favorita - Confessions e Rude Awakenings são uma boa pedida se você está procurando algo mais leve para ler no fim de semana. Ou para levar nas férias, que já estão à vista...


A Coruja


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4 comentários:

  1. Luciana, quando enfim encontrar a desejada máquina do tempo, por favor não se esqueça de separar o meu ingresso para a excursão à mansão dos Mansfield. Esse incrível passeio no tempo e no espaço não perco por nada!
    Abraços,
    Michel Sued

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  2. Ah, tão bom tomar conhecimento de obras que orbitam no universo austiniano. Bjs

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    Respostas
    1. Concordo, concordo! E leio um desses pelo menos uma vez por mês! XD

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