7 de novembro de 2011

Desafio Literário 2011: Novembro - Contos || Teeth: vampire tales



As it turns out, if a person dies badly, sometimes the soul can't escape the body and will have to feed off the living forever.

Of course, I only find this out
after Madison Gardner offers me a ride home in her dad's Beemer after six shots of coconut rum and ends up shoving the car through a tree.

Madison pours herself out of the driver's side and teeters around on her tacky platforms, mumbling and choking and being useless as usual. I break my neck and die before the ambulance gets there.

I'm so pissed that she's okay that it takes me a few minutes to realize I'm not dead anymore.

(Sometimes your priorities aren't what they sould be.)

Comprei esse livro por um motivo e um motivo apenas: entre os autores convidados para fazer parte da antologia estava Neil Gaiman e, como todos já sabem, não resisto a livros de ou indicados pelo cara.

Pois é...

Encomendei ainda na pré-venda e aí toca esperar seis meses pelo lançamento... E mais um tanto para começar a ler. E aí enrola, enrola, enrola até chegar ao final.

Meu grande problema com Teeth foi que calhou de pegar para lê-lo num momento de ressaca literária, quando meu cérebro estava pedido para desligar, como também estava – e estou ainda – completamente saturada de vampiros e romances sobrenaturais YA seguindo todos os clichês do gênero.

Mas aí está a sacada... nenhum dos contos dessa antologia me pareceu clichê. Há algo mais saboroso neles, algo que terei de saborear na releitura, depois que tiver passado por um período de desintoxicação de livros bobinhos com criaturas fantásticas.

Adoro a idéia de vampiros. Adoro a idéia de que eles permanecem imutáveis ao longo de séculos, capazes de assistir as mudanças da sociedade sem que seus próprios valores possam acompanhar tal evolução. Nunca enxerguei a imortalidade como um dom, um presente, mas uma maldição – entre a dor de perder todos aqueles que você conheceu em vida e o tédio de ter todo o tempo do mundo e nada de muito importante para fazer além de esperar até a próxima refeição, ser um vampiro me parece um fardo nem um pouco invejável.

Por esses e outros motivos, vampiros que mergulharam em baldes de purpurina, anjos caídos cujas preocupações são dar jeito de catar a mocinha jeitosinha e lobisomens com crise existencial no meio da lua cheia não me descem.

Em suma, não me empolguei como esperava que me empolgaria quando comprei o livro – até porque a contribuição do Gaiman foi um poema que eu já conhecia (e eu estava na expectativa de algo como sua versão super sombria de Branca de Neve) – mas o volume tem seus méritos e são muitos.

Como já disse, todos os trabalhos da coletânea fogem de estereótipo que tem sido criado em torno desse ‘gênero’ literário. Não são simplesmente garoto encontra garota, mas não pode ficar com ela porque ele ou ela é ser sobrenatural que ameaça sua vida.

Os autores souberam sair da mitologia mais conhecida criada por Stocker no Drácula. Em vez do mito europeu clássico, você encontra elementos da cultura chinesa e das Filipinas – o contar dos grãos de arroz em Things to Know About Being Dead de Genevieve Valentine; as tradições do leste europeu no delicioso Sit the Dead de Jeffrey Ford.

De uma forma geral, gostei de Teeth: Vampire Tales. Se enrolei para ler até o final foi por cansaço mental mesmo – de forma que este é um título que volta para a estante já marcado para releitura quando as coisas estivessem mais tranqüilas em Lulucity.

Nota: 4
(de 1 a 5, sendo: 1 – Péssimo; 2 – Ruim; 3 – Regular; 4 – Bom; 5 – Excelente)

Ficha Bibliográfica

Título: Teeth: Vampire Tales
Organizadoras: Ellen Datlow e Terri Windling
Editora: Harper Collins
Ano: 2011
Número de páginas: 480



A Coruja


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Um comentário:

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