26 de março de 2010

Neil Gaiman – Parte V: Perpétuos


Bom Deus, o que eu fui inventar de fazer? Como poderei dissecar em umas poucas páginas a magnitude que é Sandman e seus personagens absolutamente fantásticos?

*respira fundo*

Acho que dei um passo maior que minha perna... ainda assim, já passamos da metade dessa série, agora temos de ir até o final. E seria uma grande falta minha discorrer sobre Neil Gaiman sem me deter naquilo que, para a grande parte dos fãs, é sua obra máxima.

Sandman é uma série em quadrinhos, roteirizada por Gaiman e publicada pela DC Comics, sob o selo Vertigo, entre 1989 e 1996, num total de 75 revistas. Ela acompanha as histórias de Sonho dos Perpétuos em diversos arcos não necessariamente cronológicos, mas que formam, no todo, uma única história, com contornos de tragédia grega.

Vou tentar nessa parte da série, fazer um apanhado geral de quem e o quê são os Perpétuos, porque com isso, já cobrimos bastante chão e, se ficar alguma coisa de fora, adiciono mais uma parte ao todo do artigo. E depois disso, podemos falar sobre como Gaiman é um gênio e como eu vou erguer uma estátua para ele na minha estante.

Muito bem, então... comecemos com o que são os Perpétuos – ou, como também são chamados, os Sem-Fim.

Para todos os efeitos, os sete entes que formam essa galeria são uma família – sete irmãos, cada um deles representando um conceito, uma idéia: na verdade, mais de uma vez, os Perpétuos são descritos como “idéias envoltas em algo semelhante à carne”.

Em inglês, curiosamente, todos têm nomes começando com D: Destiny (Destino), Death (Morte), Dream (Sonho), Destruction (Destruição), Desire (Desejo), Despair (Desespero) e Delirium (Delírio) que, no passado, foi Delight (Deleite).

Entra aqui em cena o mesmo mecanismo que já examinamos ao falar de American Gods - os Perpétuos existem porque, independente de religião, nós cremos em sua existência; mais que deuses, porém, eles são estados da própria consciência humana. Os deuses, ao final das contas, podem desaparecer, quando são esquecidos. Os Perpétuos, contudo, existirão enquanto existir consciência.

Aliás, aqui é importante notar que o nome Perpétuos não é, exatamente, o mais correto para eles – os Perpétuos sabem que um dia, irão morrer e que Morte será a última deles a se ir, quando todas as coisas e tudo o mais tiver deixado de existir.

Na verdade, sabemos da morte de ao menos dois deles... No arco Fim dos Mundos, quando estão a contar histórias, Petrefax – o aprendiz de Litharge, a cidade-necrópole – fala de um funeral e de seis figuras sombrias atrás de um livro e de uma mortalha... Uma mortalha para Desespero.

Sendo, contudo, idéias, conceitos, figuras surgidas da própria consciência, um segundo “aspecto” de Desespero assumiu sua função e seu reino. Falo um pouco mais sobre isso depois...

Mais uma vez, para fechar a questão do que são os Perpétuos, eu recorro às palavras de Frank McConnell no prefácio de The Sandman: Book of Dreams:

Estar consciente de qualquer maneira é estar consciente do tempo e do passar do tempo: do destino. E saber isso é saber que o tempo deve ter um fim: imaginamos a morte. Em face à certeza da morte, nós sonhamos, imaginamos paraísos onde ela não existe: “Morte é a mãe da beleza”, escreveu Wallace Stevens. E todos os sonhos, todos os mitos, toda a estrutura que construímos entre nós mesmos e o caos, apenas porque elas são coisas construídas, devem, inevitavelmente, serem destruídas. E nós nos voltamos, desesperados em nossa perda, à breve, mas deliciosa alegria do momento: nós desejamos. Todo o desejo é, obviamente, a esperança de uma satisfação impossível, pela própria natureza das coisas, de um deleite ilimitado; então desejar é sempre desesperar, realizar que o desejo-pelo-deleite é apenas, ao final de tudo, o delírio de nossa ilusão mortal de que o mundo é grande o suficiente para conter nossa mente. E então, nós retornamos às histórias – aos sonhos.

Não sei se deu para entender na minha tradução meia-boca, mas... esse parágrafo resume admiravelmente a ordem e a força da alegoria criada por Gaiman em Sandman.

Mais que alegorias, porém, os Perpétuos são personagens muito reais, com incríveis e detalhadas personalidades e tão humanos – no sentido de serem eles mesmos capazes de sonhar, desejar, desesperar, delirar, sentir - quanto aqueles que cruzam seus caminhos e seus reinos ao longo das inúmeras histórias criadas na série.

É por isso que, pra continuarmos nossa jornada, vamos agora nos deter por alguns instantes à efígie de cada um deles.

Antes que eu me esqueça... as “fichas” que abrem cada uma das entradas dos personagens foram tiradas do livro Morte: a Festa, uma espécie de spin-off do arco Estação das Brumas, com o que aconteceu com os Mortos quando Lúcifer entregou a chave do Inferno a Sonho.

Exceto por Destruição, porque ele estava ausente do conclave convocado por Destino...

Feita esta observação... vamos ao que interessa!

DESTINO


IDADE: o mais velho dos perpétuos
ALTURA: o mais alto para os mortais
OLHOS: acredita-se que seja cego
TALENTO ESPECIAL: viajar para muito além da cegueira, observar o padrão intrincado que os seres vivos criam em sua jornada pelo tempo, não projetar sombras e não deixar pegadas
ODOR: do pó e das bibliotecas da noite

Destino é o mais velho dos Perpétuos, sendo mostrado na série como um homem alto, com o rosto sempre obscurecido pelo longo manto e capuz que usa. Ao seu pulso direito está acorrentado um grande livro, que contém tudo o que foi, o que é e o que virá – e este livro é seu símbolo, seu sigil na galeria dos perpétuos.

Embora usualmente se diga que Destino é cego, eu já li alguns comentários que observam que ele não seria impossibilitado de ver per si - seus olhos apenas estão além do nosso próprio plano; ele vê tudo - tudo aqui usado de forma bastante literal. Ele passa seus dias caminhando por seu jardim e do ponto em que ele se encontra, vemos diversas diferentes trilhas, embora se prestarmos atenção de por onde ele veio, só há um caminho: o caminho que foi tomado.


Eu acho Destino um personagem deveras... comedido. Eu não consigo lembrar de um único momento em qualquer das histórias que li em que ele demonstre um módico que seja de emoção. Mesmo em momentos capazes de alterar toda a estrutura da realidade como a conhecemos – como acontece no arco Estação das Brumas, em que ele convoca a reunião que culmina com a partida de Sonho para o Inferno – ele não se altera ou se comove ou... qualquer coisa que seja. Ele simplesmente assiste aos acontecimentos se desenrolarem diante dele, da mesma forma que eles aconteceram em seu livro.

Destino é, enfim, a ordem e o controle personificados; de todos os membros dos Perpétuos, ele é o mais consciente de suas obrigações e de sua função.

MORTE


OLHOS: verdadeiros e claros
ALMA: gentil
FLOR FAVORITA: rosa
EMPREGO: divisora dos vivos, daquilo que veio antes e tudo o que deve vir depois
TALENTO ESPECIAL: tornar-se mortal um dia a cada século, para compreender melhor como são as vidas que ela toma, para sentir o gosto amargo da mortalidade

Todas as pessoas que conheço que leram Sandman não hesitam em dizer que seu personagem favorito dos Perpétuos é a Morte e, mais de uma vez vi outros artistas se referirem a ela como a maior, a grande sacada de Gaiman.

Morte é praticamente o oposto da visão ocidental do que seja O Grande Ceifador.


Ela não parece ter muito mais que vinte e tantos anos e sempre se veste com roupas góticas – preferindo jeans e camiseta preta a qualquer vestido estilo gothic lolita. No olho direito, ela possui uma marca que lembra o Olho de Hórus – símbolo de proteção e poder – e sempre usa um colar com um Ankh, seu sigil – espécie de cruz egípcia que significa... vida. Ou eternidade. Para completar, ela é não apenas bem humorada e otimista, mas também a mais equilibrada dos sete irmãos.

Nós recebemos a visita de Morte em dois momentos de nossas vidas: quando nascemos e quando morremos. Com toda a sinceridade, eu não acho que as pessoas teriam tanto medo de morrer se achassem que seriam recebidos por alguém como ela.

O mais importante a saber sobre Morte, porém, é que, uma vez a cada cem anos, ela passa um dia como mortal – idéia essa que foi explorada na mini-série Morte, o preço da vida e que é uma das minhas histórias favoritas de Gaiman.

Um último comentário... eu usei uma das citações mais conhecidas de Morte no meu convite de formatura. E essa citação é uma boa dica do porquê de quase todo mundo gostar da Morte:

É apenas isto: se você vai ser humano, tem um monte de coisas no pacote. Olhos, um coração, dias e vida. Mas são os momentos que iluminam tudo. O tempo que você não nota que está passando... é isso que faz o resto valer.

Precisa de mais alguma explicação?

SONHO



PESO: magro como um ancinho
PELE: da cor de flocos de neve
OLHOS: negros como uma noite sem lua e sem estrelas
COMIDA FAVORITA: banquetes sonhados por chefes de cozinha adormecidos
COMIDA QUE DETESTA: junk food
EMPREGO: lorde moldador, mestre dos sonhos
HOBBY: acumular nomes como os outros fazem amigos
FRAQUEZAS: pouco feito a amizades, taciturno e orgulhoso
PERSONALIDADE: consciente de suas responsabilidades, meticuloso

Sonho é o grande protagonista de Sandman, sendo o arquétipo dos heróis das tragédias gregas – nobre e melancólico, envolvido num terrível destino, intrigas e conspiração, que culminam entre os arcos Vidas Breves e Entes Queridos.

Se Sonho fosse um poema, ele seria um poema ultra-romântico... da autoria de Byron.


Agora, vamos começar do começo, como se deve. Sonho começa a contar sua história em Prelúdios e Noturnos, relatando os setenta anos que passou preso numa redoma de vidro, prisioneiro do mago Roderick Burgess, em 1916. Quando finalmente consegue se libertar, Sonho retorna ao seu reino, encontrando o Sonhar praticamente em ruínas. Para que possa se fortalecer e reerguer o Sonhar, ele precisa partir atrás de seus três objetos de poder – fetiches, se formos pensar no termo de forma literal –: sua algibeira, o elmo e o rubi.

A partir daí seguem-se arcos e histórias em ordem não necessariamente cronológica, revelando diversas facetas de Sonho, em diversas épocas e sob diferentes alcunhas: numa tribo africana, ele é Kai’Ckul; nos Caçadores de Sonhos uma raposa, e no Um Sonho de Mil Gatos, um gato; no auge da civilização grega, ele foi Morpheus e com Calíope, uma das nove musas – aquela que rege a poesia épica – teve um filho, Orpheus.

Shakespeare escreveu algumas de suas principais peças graças a um trato feito com o senhor do Sonhar.

Sonho é um personagem ambivalente. Em muitos aspectos, ele revela-se egoísta e insensível – sejamos sinceros, o cara tem de ser muito egoísta para condenar uma garota ao Inferno porque ela não quis nada com ele... – mas ele é também extremamente responsável com suas obrigações e, considerando suas formas de agir antes e depois de seu tempo prisioneiro, eu gosto de pensar que ele aprendeu uma coisa ou duas...

Ao menos, ao perceber o erro de suas ações, ele sempre tenta ajeitar as coisas. Como quando foi ao Inferno para libertar Nada, a ‘namorada’ que condenou por não querê-lo; ou quando acompanha Delírio em sua missão de reencontrar Destruição, ou mesmo quando garante o último desejo de Orpheus – ação essa que será sua ruína mais tarde.

E o cara se apaixona quase como quem troca de roupa...

De todos os irmãos, Sonho mantém relações mais próximas com Morte, a quem sempre recorre quando precisa de conselhos. Com os outros, ele parece manter relações mais ou menos cordiais; exceto por Desejo.

Eu não gosto de Desejo... Mas chegaremos a ele já, já. Vamos ao próximo da lista!

DESTRUIÇÃO


"Os Sem-Fim? Os Perpétuos são apenas padrões. Os Perpétuos são idéias. Os Perpétuos são funções de onda. São motivos repetitivos. Nós somos ecos das trevas e nada mais. Não temos direito de brincar com a vida deles, ordenar seus sonhos e desejos. Até mesmo nossas existências são breves e limitadas. Nenhum de nós vai durar mais que esta versão do universo.

Cumpri o meu papel mais do que adequadamente por dez bilhões de anos. Uma moeda de dois lados: destruição é necessária. Nada novo pode existir sem a destruição do velho. A destruição não cessou com o abandono do meu reino. Talvez seja mais descontrolado, selvagem. Talvez não. Só não é mais responsabilidade de alguém."

Trezentos anos atrás, por volta do século XVII, Destruição abandonou seu posto e seu reino – no jardim de Destino, sua estátua está virada de costas para os outros e seu sigil – uma espada – desapareceu das galerias de seus irmãos.

Por causa disso, os outros Perpétuos costumam chamá-lo de “Pródigo” – quando, é claro, se dão ao trabalho de falar dele. Pelas reações de Desejo e Destino nos arcos Estação das Brumas e Vidas Breves, eu diria que o assunto é meio... tabu.


Ok, vamos por partes… Fisicamente falando, Destruição é bem diferente dos outros Perpétuos, que são, usualmente, muito pálidos, de cabelos negros (não sabemos qual exatamente é a aparência de Destino, mas vamos contá-los nessa lista, não é?). Assim como Delírio, ele é ruivo – se bem que Delírio tem uma aparência constantemente em mudança – longa cabeleira ruiva, barba espessa. Usualmente, em seus tempos ainda como um aspecto onipotente e tangível da destruição, estava sempre de uniforme militar – numa cena em que caminha ao lado de Sonho, que levou seu melhor Pesadelo, o Coríntio, para passear entre os humanos, ele enverga o uniforme dos Mosqueteiros (que é um dos meus trajes favoritos... hehehe...).

Como Morte, ele é um personagem bem paradoxal: após deixar seu reino e suas responsabilidades, ele se concentra na tarefa de criar em vez de destruir; Destruição se considera um artista, passando da poesia, à escultura e até a culinária, embora nenhum dos personagens que interaja com esse lado “criativo” dele o considere lá um grande artista – vide os comentários de Barnabás, o cão falante que Destruição mantém consigo.

Eu admiro Destruição, para dizer a verdade. Ele não é um rebelde sem causa – sua decisão de deixar seu reino possui um importante fundamento. Destruição deixa os Perpétuos à época da chamada “Idade da Razão”, a qual culminaria no advento da energia (e da bomba) atômica. Conhecendo estes fatos e as conseqüências que eles trariam à humanidade, Destruição deixou a família, resistindo a tomar para si essa responsabilidade.

Não é que ele tenha simplesmente deixado de existir como um aspecto da destruição; ele apenas deixou de “manipular” os fatos que estavam sob sua responsabilidade. Destruição enxerga os humanos como mais que simples peças as quais os Perpétuos podem comandar ao seu bel-prazer – muito como faz Desejo – e, como tal, se eles querem se destruir... bem, que o façam livremente. Mas ele não será o responsável por isso.

DESEJO


ALTURA: mediana
OLHOS: castanho amarelados, claros como um vinho branco
ODOR: pêssegos no verão
COR FAVORITA: a cor do pôr-do-sol, que lhe faz sentir a dor do amor perdido
HOBBY: ser tudo o que você sempre quis
TALENTO ESPECIAL: projetar duas sombras, uma negra e bem definida, e outra translúcida e oscilante como a bruma do verão

Eu realmente, realmente, não gosto de Desejo. Ele tem sua própria agenda e é capaz de passar por cima de tudo e de todos para conseguir seus objetivos; é extremamente manipulador e, tecnicamente, impossível de resistir.


Desejo é uma figura andrógina, que tanto pode surgir como homem quanto como mulher, de acordo com o que a criatura que é sua “presa” desejar. Sério, acho que nada é capaz de qualificar melhor Desejo do que a palavra “predador”. É irmão gêmeo de Desespero e possui uma estranha ascendência sobre ela - quando Delírio busca os irmãos na tentativa de encontrar Destruição, apesar de querer rever o mais velho, Desespero cede às maquinações de Desejo e fica quieta em seu canto.

Se Sonho seria uma poema byroniano; Desejo é um conto do Marquês de Sade...

DESESPERO


ALTURA: mais baixa que Desejo, de quem é gêmea
PELE: fria e pegajosa
ODOR: nenhum, mas sua sombra tem um cheiro almiscarado e pungente
OLHOS: como os céus nos dias cinzentos e chuvosos, que sugam do mundo a cor e o significado
EMPREGO: rainha de seus tristes objetivos, deusa dos quartos vazios
TALENTO ESPECIAL: paciência

Desespero tem a aparência de uma mulher gorda, sempre nua, com olhos cinzentos e dentes pontiagudos. Ela costuma usa um anel na mão esquerda, com um pequeno gancho, que está quase sempre usando para se machucar – este gancho é seu sigil na galeria dos Perpétuos.

O reino de Desespero é composto principalmente de inúmeros espelhos, conectados aos espelhos do mundo humano, através dos quais ela observa aqueles que estão desesperados.


Normalmente, ela é muito calada, embora muitas vezes se veja envolvida pelas tramas de Desejo, de quem é irmã gêmea. Apesar disso, Desespero parece ter uma relação muito mais próxima com sua família – ela gosta de Delírio, tem respeito por Morte, sente falta de Destruição e revela seus sentimentos por Morpheus quando do funeral.

Passei a gostar dela especialmente após ter lido Morte: a festa - morri de rir com a idéia de Delírio de que Poe estava paquerando Desespero – que, ao final das contas, era a grande musa do poeta de O Corvo.

DELÍRIO


IDADE: mais velha que os sóis e os deuses, mas sempre a mais nova dos perpétuos
OLHOS: um deles é de um intenso verde-esmeralda com manchas prateadas; o outro é azul, cheio de veias
COR FAVORITA: letreiros em néon às 4h da madrugada
COMIDA FAVORITA: pequenas pessoas de chocolate ao leite com recheio de framboesa, suco de manga fresco
COMIDA QUE DETESTA: rato verde e sorvete de telefone
ODOR: suor, vinho amargo e couro velho
TALENTO ESPECIAL: aparência variada, sombra tangível

Delírio é a caçulinha dos Perpétuos. Muito tempo atrás, ela foi Deleite, mas transformou-se por motivos que nem o próprio Destino conhece – realmente, essa é uma questão que mereceria um grande estudo para ser compreendida...

Sua aparência está sempre em mutação, mas, em geral, podemos identificá-la com uma garota por conta dos quatorze, quinze anos, baixinha e ruiva (ou com cabelos coloridos ou mesmo quase careca).

Ela é extremamente ligada aos irmãos, tendo sido sua idéia procurar Destruição no arco Vidas Breves.


Delírio é, por assim dizer, o caos personalizado. Seus diálogos não seguem qualquer lógica; a própria realidade ao seu redor se distorce em resposta a ela – no mais das vezes, ela é simplesmente como uma criança ou um trem desgovernado ou um manifesto dadaísta.

Há momentos, porém, em que a lógica de Delírio é impecável, por mais absurda que possa parecer. Em outros, ela é capaz de conversar de maneira quase normal – lembrando sua outra encarnação, quando foi Deleite – embora ela confesse que isso seja bastante doloroso para si.

*respira fundo por um momento*

Vocês sabem, faz quase uma semana que trabalho nesta parte do artigo, e ela não passa de um breve resumo introdutório para que o pessoal que não conhece Sandman tenha mais ou menos idéia do que estou falando.

E esta série acaba de ganhar mais uma parte – é a segunda vez que isso acontece desde que comecei a escrever sobre Gaiman. Bem, fazer o quê? No próximo artigo da série, vamos adentrar um pouco mais o Sonhar e as relações travadas entre Lorde Morpheus e os humanos...

Até a próxima então...


(Continua em “Dream a Little Dream of Me”)

A Coruja


____________________________________

 

6 comentários:

  1. Ae, finalmente conheço mais alguma coisa de sandman! =D
    Sempre ouvi a respeito dessa série, mas ler mesmo, nunca tive oportunidade (até pq é mt material e monografia, concursos e atividades extras me deixam com pouco tempo).

    Mudando de assunto: Lulu, vc conhece a série de livros australiana "Rangers - Ordem dos Arqueiros"?

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  2. menina! fiquei encantada com essa sua série... descobri que preciso ler tudo... urgente... estou em dúvida entre sadman e os deuses americanos... e isso sempre acontece na minha semana de provas hehehehe
    será que eu acho sadman para baixar na internet? em pt?
    de resto, td bem? =)
    beijos!

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  3. Sabem o que é o melhor? A próxima parte do artigo AINDA vai ser sobre Sandman...

    Flávia, não é difícil encontrar Sandman para baixar em português... mas lembre-se que são 75 revistas; 10 volumes de histórias e mais histórias maravilhosas...

    André, acho que já vi essa série na livraria, mas nunca cheguei a investigá-la melhor. Por que? Você recomenda?

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  4. hehehe vou procurar para baixar, até conseguir parar por tempo bastante para ir numa livraria =)
    ler no pc para mim não é um problema, por enquanto... vamos ver qnto tempo meus olhos aguentam!
    quando sai a proxima parte??
    e quando sai ases????

    aproveitando: estou adorando "na estante" hehehee deixa mais leve minhas sextas feiras! podia ser diário... =P

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  5. Concordo com a Flávia: "Na Estante" Rules! xD
    Sim, estou lendo o segundo livro da coleção (de 9 livros, por enquanto) e estou gostando muito. Claro que pode ser meu lado RPGista falando mais alto. =P

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  6. Ok, vejamos... Flávia, infelizmente, a maior parte dos volumes de Sandman está esgotada nas livrarias, na editora e até nos sebos.

    E, quando você encontra num sebo, ele é considerado obra rara e o volume 1 - Prelúdios e Noturnos, que novo custava por volta de sessenta reais, está valendo hoje mais de duzentos.

    Mas, porém, contudo, eu descobri que a Panini comprou os direitos da série e pretende relançar Sandman esse ano no Brasil e não em qualquer edição, mas na edição Sandman Absolute, que são quatro volumes, com uma ruma de extras, capa dura, edição de luxo, previsão de cento e sessenta reais cada.

    Eu quase me matei quando descobri isso, uma vez que as edições que não consegui encontrar em português, eu importei em inglês e agora tenho metade da coleção em capa dura da Conrad mais metade da coleção em capa mole.

    Eu viajo amanhã para o Paraná e só volto no outro domingo, o que significa que, provavelmente, não teremos postagens até eu voltar.

    Mas estou levando meu fiel caderninho e livros na bolsa. Ida e volta, cada uma com sete horas num avião certamente me darão tempo para dar um jeito no meu ridículo bloqueio com Ases.

    Fico feliz que estejam gostando de Na sua estante! Eu tenho recebido... hum... zero comentários? E estava preocupada que o pessoal não estivesse gostando, ainda que eu me divertisse um bocado, especialmente com as discussões entre André e Beatriz.

    Adoro escrever irmãos!

    Tentarei de todos os jeitos publicar sexta que vem capítulo novo de Na sua estante, mas, se não der, publico quando chegar.

    Assim... caso não nos vejamos mais... FELIZ PÁSCOA!

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Livros, viagens, filosofia de botequim e causos da carochinha: o Coruja em Teto de Zinco Quente foi criado para ser um depósito de ideias, opiniões, debates e resmungos sobre a vida, o universo e tudo o mais. Para saber mais, clique aqui.

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