29 de outubro de 2009

Por um pouco de magia...


Não sou a única a comparar o ofício de escrever a fazer mágica. Escritores são os magos da palavra, capazes de criar uma segunda realidade, suspendendo o tempo e o espaço, fazendo-nos mergulhar em suas fantasias.

Não à toa, livros são capazes de criar uma dimensão paralela que serve como portal entre mundos.

Por esse e outros motivos, eu não poderia deixar de lembrar aqui no Coruja o Dia Nacional do Livro.


E, já que estamos a falar de fantasia e de histórias em plena semana das bruxas, nada melhor que uma história cheia de personagens mitológicos celtas - afinal, o Halloween era, originalmente, uma festival druida chamado Samhain (eu vou tentar escrever um pouco sobre isso depois).

O conto que vocês lerão a seguir faz parte de um futuro projeto do Expresso e eu aproveito para publicá-lo aqui também para fazer a propaganda da volta dos sites essa semana (e já não era sem tempo, não é mesmo?).

Escrevi Kelpie depois de uma alta dose de Gaiman (tinha ganho três livros dele de aniversário e li um atrás do outro), embalada pelas trilhas de Atonement, King Arthur e, é claro, The Lord of the Rings. Ele faz parte de uma pequena coletânea de três contos envolvendo "lendas das Hébridas".

Para quem não faz idéia do que eu estou falando... Mina, minha personagem no Expresso, é das Ilhas Hébridas e, como eu tenho um ou dois parafusos a menos, volta a meia além de escrever a história dela, eu desenvolvo detalhes do background dela, da família e da ilha - detalhes que, tecnicamente, não entrariam em canto nenhum da história.

Como eu tinha esse monte de detalhes e idéias na cabeça, nasceu a idéia da coletânea. Eu ia publicá-la como especial de aniversário do Expresso em julho, mas por um motivo ou outro, depois de escrever Kelpie de uma sentada só, eu travei nos outros dois.

Talvez se vocês comentarem, isso me anime o suficiente para conseguir destravar dos dois outros contos. O que acham?

De uma forma ou de outra, não é necessário acompanhar o Expresso para entender Kelpie... e, quem leu Hades, certamente vai compreender perfeitamente o conceito de Antiga e Alta Magia.

Mas estou enrolando vocês, como de hábito (aparentemente, eu acho que vocês são carretéis de linha para serem enrolados). Depois de fazer toda essa propaganda, a melhor coisa que tenho a fazer é calar a boca e deixar que leiam em paz.

Apenas duas pequenas curiosidades/lembretes... Os machos dos cavalos-marinhos é que carregam a prole na barriga (essa é uma observação válida, porque a Ísis, quando leu e revisou, perguntou como era possível e eu expliquei com isso... vocês entenderão quando lerem...)... e o nome Philip significa algo como "amigo dos cavalos".

Vocês também entenderão essa observação quando estiverem lendo...

E agora... senta que lá vem a história...



Apenas uma criatura era tão temida quanto os dragões no exército do Belo Reino. Chamavam-nos indistintamente de kelpies, os cavalos aquáticos que atraíam humanos para suas casas no fundo dos lagos, para então devorá-los...


Uma última observação antes de me despedir... Vou fazer endoscopia amanhã e, como toda vez que faço endoscopia eu apago pelo dia inteiro, existe uma boa probabilidade de que eu não apareça mais essa semana, porque, além de tudo, viajo para Gravatá de noite.

Não temam, contudo! Se tudo der certo, estarei de volta domingo com o terceiro capítulo de Ases. Ou com alguma outra loucura sobre a qual eu queira eventualmente escrever...

Sendo assim... Divirtam-se no Dia das Bruxas. Doces, alguém?


A Coruja


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3 comentários:

  1. Meu Halloween valeu a pena... Expresso de volta em Novembro!
    Quanto à lenda... Silver, você é uma excelente contadora de histórias!

    Ja ne!

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  2. Embora eu prefira o festival celta original (que era mais para o equinócio outonal), feliz Halloween.

    Gostei imenso de ler Kelpie. Bem escrito, interessante, e nota-se bem a influência de LotR.

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  3. Isso ficou lindo. Estou sem mais palavras. Feliz Halloween! o/

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