28 de maio de 2009

Por Dentro da Cabeça da Autora: Cullen Style

A idéia de escrever New Dawn surgiu em algum ponto da discussão de spoilers do quarto e último livro da série Crepúsculo Breaking Dawn. Tão logo o livro saiu, estava vazando na rede; embora eu tenha comprado minha edição na pré-venda um mês antes, li o livro na internet antes mesmo do meu exemplar chegar aqui em casa.

Eventualmente, alguém poderá me cozinhar viva pelas coisas que direi aqui, mas, hei, é minha opinião.

Concordem ou não concordem comigo, se quiserem discutir, venham com argumentos, não pedras. As pessoas parecem se esquecer com freqüência disso quando discutem algo pelo que têm um interesse passional, e os fãs de Crepúsculo e da SMeyer que eu vejo por aí parecem mais fundamentalistas que a turma que se ajoelha no altar de Tolkien.

Se o amigo leitor não tem idéia do que seja a série Crepúsculo da Stephanie Meyer, aconselho que dê uma pesquisada na net. Em linhas gerais, trata-se de uma série de quatro livros (com direito a um spin-off que está em suspenso porque os manuscritos da autora vazaram) que contam a história de amor e desventuras da humana e bastante inclinada a acidentes Isabella Swan e do "Adônis", "estátua de mármore", "cara mais lindo do mundo" (entre outras adjetivações que a Bella e as fãs usam para caracterizá-lo) vampiro Edward Cullen.

Vamos colocar algumas coisas claras aqui a princípio. Eu não endeuso a Meyer, nem acho que a história de Bella e Edward seja uma das mais brilhantes histórias de amor já escritas, muito menos que a série seja uma obra-prima. Não é.

Contudo, é um excelente entretenimento, no melhor estilo "romance de banca". Não lembro onde exatamente li essa descrição, mas ela é perfeita para o caso: ler um romance é como degustar um doce, e, claro, a depender do romance, teremos também um doce diferente.

Assim é que Orgulho e Preconceito - para ficar num dos maiores romances já escritos em língua inglesa - é como uma torta gourmet, onde o doce é perfeitamente equilibrado, nada enjoativo, derrete-se na boca e deve ser apreciado vagarosamente. Crepúsculo, por sua vez, é como um caramelo. Extraordinariamente doce, gruda nos seus dentes e, se comido em excesso, faz mal. É algo como um fast-food. Ele pode satisfazer o breve desejo de doce, mas não satisfaz sua fome como a torta.

Tendo dito isso, passarei à minha experiência escrevendo New Dawn, já que hoje não estou particularmente disposta a fazer uma resenha do livro (embora isso vá ser meio impossível quando eu for passar ao Edward, mas...).

A princípio, eu não quis entrar no projeto, que foi engendrado pela Luzinha e pela Ana, com a conivência e participação da Dé. Lógico que coloquei fogo na fogueira - já tínhamos discutido mais de uma vez o que esperávamos de Breaking Dawn; e quando finalmente colocamos as mãos na história, a coisa foi meio que uma decepção.

Os pontos principais dos nossos "desentendimentos" com a história original já foram discutidos antes aqui. Sendo assim, também não entrarei em detalhes do assunto; leiam o artigo e tirem suas próprias conclusões.

Como se diz por aí, e não desmerecendo a SMeyer, se quer algo bem feito, faça você mesmo. Se não estávamos satisfeitas com o final da série, nada mais lógico que colocarmos as mãos na massa e usar todas as potenciais teorias que tínhamos imaginado anteriormente.

Como disse, não queria me envolver no projeto. Já tinha as mãos bem cheias com faculdade, estágio, expresso e amaterasu. Mas, é claro, essa decisão não durou muito tempo e eu acabei fechando o grupo com o título de revisora.

Quando, exatamente, foi que decidi escrever, não tenho certeza. Sei que não consegui resistir. O POV da Bella não me agrada muito (embora eu tenha escrito algumas cenas nela para ajudar as meninas), mas eu estava literalmente me coçando para escrever os Cullen.

A verdade é que a Meyer criou grandes personagens. Em algum ponto, as coisas saíram meio de controle (não muito diferente, aliás, do que ocorreu com Harry Potter), mas isso não desmerecia, de forma alguma, o mérito deles. Ao contrário, eles estavam simplesmente pedindo para ser ouvidos.

Emmett foi o primeiro, é claro. "Aquela" Conversa (ou a educação sexual de Edward Cullen) foi uma coisa divertidíssima de escrever e serviu também como a primeira "pista" do que estávamos aprontando para New Dawn, tirando completamente a Nessie da jogada.

Sem quaisquer dúvidas, Emmett Cullen é meu personagem favorito da série. Um "irmão urso", com aparência meio assustadora, mas um enorme coração, que pelo jeito de leão-de-chácara, às vezes passa a errônea impressão de que seu cérebro é inversamente proporcional ao tamanho dos seus músculos.

Há muito mais que isso no Emmett, porém, se você for buscar a história dele. Leal, companheiro, paciente, amoroso, Emmett possui o que chamamos de pureza de coração. Esqueça que ele derruba casas enquanto está no bem bom com a Rose - Emmett enxerga as coisas pelo que elas são, sem racionalizar demais, sabendo aceitar o que lhe aparece e vendo o melhor em cada um desses acontecimentos: o maior exemplo disso é que, em vez de se arrepender e de culpar o mundo por ter se transformado em vampiro, tornando-se um ser amargurado pelo resto de sua existência, ele preferiu dedicar seu tempo a fazer a Rose confiar e ficar com ele (lembrando que ela foi vítima de estupro e certamente levou algum tempo e persuasão para convencê-la de que ela a amava).

Emmett é um brincalhão, mas sabe ser sério quando necessário. Ele é doce, sem deixar de ser másculo (cara, toda vez que eu penso nessa palavra, penso naquelas capaz de romances harlequin com homens de peitoral nu e saradões... isso é bizarro...). Pode ter idéias meio absurdas, mas nunca vai deixá-lo na mão.

Creio que todas essas coisas juntas me fizeram pensar nos "Cullen Mythbusters" (é, eu sei, eu sou louca), resultado na minha segunda one-shot, Procurando Nessie, em que os garotos Cullen saem à procura do Monstro do Lago Ness.

O título foi uma brincadeira com o filme Procurando Nemo, mas guarda também uma certa ironia. Embora nessa história, eu tenha usado o POV do Jasper, ainda é o Emmett que se destaca, como verdadeiro organizador de toda a confusão. Eu ri demais enquanto escrevia, impressionada com minhas idéias insanas.

Mas Emmett tem certa razão. Se vampiros existem, é perfeitamente possível que outras criaturas consideradas mitológicas pelos humanos existam também.

Sim, tenho planos de escrever mais Cullen Mythbusters e, dessa vez, do ponto de vista do próprio Emmett. Eu só preciso decidir qual é o perfeito ser imaginário fantástico que os garotos devem ir caçar.

Considerando que falei do Jasper, partamos para ele agora. Como Emmett, ele tem um enorme potencial. Por hora, eu o usei apenas para humor, tanto em Procurando Nessie, como em Red Nose (em que vampiros encontram o Papai Noel...).

Creio que não tenha ido muito mais além com ele porque o Jasper que tenho na minha cabeça (e a Alice também) está perfeito e acabado na fanfic You've kept me waiting, da Mandi1. Engraçado é que quando li, essa história estava completa, com 43 capítulos... e agora está no começo... aparentemente, deletaram a história da conta da Mandi1 e ela teve de editar as cenas NC...

Em todo caso... Jasper foi um Major Confederado na guerra da Sucessão e foi transformado em vampiro em 1863. Para quem perdeu a aula de história, os Estados Confederados (ou Confederação), eram seis estados do Sul dos Estados Unidos, agrários e escravocratas, que se ergueram contra a eleição de Abraham Lincoln, abolicionista, em 1860. Um ano depois, começou a guerra.

Ele só não é mais velho que o Carlisle, e tem uma experiência de vida das mais cruéis. Jasper foi um assassino e um estrategista e ele continua a lutar contra seus instintos mais selvagens mesmo depois de mais de um século de sua transformação.

Fazer a Bella ter perfeito auto-controle quando Jasper, mesmo depois de décadas lutando contra sua natureza (e a natureza dos vampiros é matar), não conseguiu, foi um dos maiores erros que a Meyer cometeu, na minha opinião. Ela transformou a Bella numa perfeita Mary-sue com isso, na totalidade de sua perfeição.

Algum dia, escreverei alguma coisa mais desafiadora com Jasper, algo relacionado aos seus verdadeiros pensamentos, sua consciência, sua maturidade.

Já que citei Carlisle, vou falar um pouco sobre o que foi escrever Despedidas. Essa fic em específico foi uma resposta, por assim dizer, a um email do Amauri, um dos leitores de New Dawn. Ele meio que me engajou numa conversa sobre a questão da eternidade e para colocar todos os meus pensamentos sobre o assunto, escrevi esse extra.

Esme também teve sua vez, em Orgulho. Eu achava que ia ser um bocado difícil escrevê-la, mas, é engraçado, eu terminei Orgulho de uma única sentada e fiquei bastante satisfeita com o resultado final.

Alice e Rosalie são as únicas Cullen com quem ainda não experimentei a mão... Mas acredito que seja uma questão de tempo. Ambas têm um background intenso e bastante interessante de serem explorados.

As one-shots que escrevi com os Cullen foram minha parte favorita de New Dawn. Mas, claro, eu tinha que arranjar mais sarna para me coçar. Como já disse antes, a culpa é toda do meu vizinho pagodeiro.

Mas essa é uma história para a próxima parte. Edward vai exigir um inteiro post para explicá-lo...

Continua...

A Coruja


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2 comentários:

  1. Andei dando uma lida nos seus posts e achei bem legal! tirei umas ideias legais da lista de livros^^
    Concordo com você, de queos Cullens fazem a história! a Bella eh chata pra cacete!! hauahua

    bjos Pups

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  2. Ah, Emmett!!

    *___________________________________*

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